terça-feira, 27 de abril de 2010

O VEREADOR DE DEUS

Miguel Caroço, próspero comerciante do ramo de baterias para automóvel em Belo Jardim, resolveu, por influência de amigos e contra a vontade de sua esposa Da Paz, a ser candidato a vereador. Entusiasmado com a idéia, usou a bateria como símbolo e marketing político de sua campanha. Focou sua estratégia de votos nos muitos amigos e nos apreciadores de aguardente, dos “papudinhos”, “ caneiros” ou outros adjetivos que se queira dar.Mandou fabricar pequenas réplicas de baterias cheias de aguardente e saiu pela cidade, de bar em bar, de mesa em mesa, distribuindo as pequenas baterias com o seu nome e o número de candidato a vereador. Por onde ele passava a multidão de papudinhos o abordava, a alegria era total e mais de duas mil baterias foram distribuídas e, pelos cálculos, já estaria eleito com uma grande margem de votos !
Nos finais de semana visitava os bares e pontos em que tinha deixado sua marca e reabastecia as baterias com aguardente. Faltando 15 dias para as eleições, teve uma surpresa desagradável. Sua esposa, na hora do jantar em família foi enfática :
- Miguel, perdemos a eleição ! Todos os papudinhos a quem você deu as baterias morreram de hapatite provocada pelo excesso de cachaça ...
Sem perder o humor que lhe é característico, Miguel apenas disse:
- Deixa de besteira mulher. Veja a coisa pelo lado positivo. Eu posso até perder a eleição aqui mas, quando eu morrer, com certeza, serei vereador no céu !!!!

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