terça-feira, 27 de abril de 2010

O GOLEIRO QUE FOI COMPRADO POR UMA CUIA DE FARINHA

Santa Cruz da Gameleira era time de futebol da “alta sociedade”, onde só jogava o fino da terra do Byturi, quando o velho, faceiro, poético e desenvolvimentista rio ainda existia, cheio de graça, banhando o Bambu, as Carlotinas, o Pontilhão do trem, a pinguela de Pedro Guimarães, a Ponte Nova, cheio de vida, sem barragens, sem poluição... ! Velhos tempos... belos dias !
Para competir com o Santa Cruz, foi criado o Mariola Futebol Clube, patrocinado por Zé de Souza, em homenagem e referência á Fabrica Mariola, de doces que romperam fronteiras e orgulho da cidade.
No time do Santa Cruz o plantel era um dos melhores da região, destacando-se pela habilidade com a bola, João Lima, Rinaldo, Zito, Rui Leite, Marconi Ferreira, Geraldo Fincão, entre outros e o recém-formado Mariola Futebol Clube tinha apenas operários da fábrica, que mau treinavam mas que tinham raça e endureciam com os outros times, destacando-se Manoel Mocó que era goleiro, fechava o arco e era considerado um verdadeiro paredão.
O Mariola precisava ganhar o campeonato local. Zé de Souza cobrava resultados. Era a partida decisiva !
Na noite anterior a decisão do campeonato entre Santa Cruz e Mariola, um carro suspeito pára a poucos metros da casa de Mané Mocó, goleiro do Mariola. Uma careca ainda mais suspeita desce do carro, chega até a porta de Mané e bate forte na janela anunciando que alguém quer falar com ele. Mané abre a porta e, no escuro, ouviu a seguinte proposta:
- Se abrir o jogo amanhã, deixar passar alguns gols, ganha uma cuia de farinha...

Até hoje ninguém sabe se Mané Mocó recebeu a propina inusitada mas o Santa Cruz ganhou a partida, de goleada !

Nenhum comentário:

Postar um comentário