Antes dos supermercados as engolirem, as vendas e bodegas eram o centro de compras , de longos bate-papos, de farras, debates acirrados sobre futebol, política, religião, fofocagens e tudo que uma sociedade produz.
Em cada bairro, em cada rua, em cada esquina existia uma bodega que não tinha tinha nome de fantasia e era conhecida pelo nome do seu proprietário ( A bodega de Zé Lacraia, de João de Dedé, etc.).
Numa dessas famosas bodegas, pertencente a Euclides, que não era muito fino no trato com os fregueses, apareceu, logo cedindo, Antonio do Breu ( o Breu é uma das várias localidades de Belo Jardim) que, com uma voz que fazia inveja a Cid Moreira, foi logo dizendo:
- Bota uma lapada de cana aí, se não....
Euclides, já arretado por ver um bêbado aquela hora em seu estabelecimento, sem papas na língua e olho no olho de Antonio do Breu, inchando de raiva, retrucou:
- Se não, o quê... seu cabra ?
E Antonio, que não esperava esta reação, baixando a voz, respondeu:
- Se não, eu não bebo !
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