As frase abaixo podem ser vistas nos pára-choques, pára-brisas e vidros traseiros de caminhões, toyotas e automóveis que circulam em Belo Jardim. A criatividade, sátira e bom humor, são marcas deste povo.
01 Casei com Maria, mas viajo com Mercedes.
02 Celular e celulite, todo bundão tem.
03 Cer motorista e facel, o deficel e cer responsalvez.
04 Chegou o caçador de perereca perdida.
05 Chifre e dente só dói quando nasce.
06 Coceira de rico é alergia, de pobre é sarna!
07 Compra caminhão e usa sutiã só quem tem peito.
08 Coração de mulher e circo: sempre cabe mais um palhaço.
09 Cuidado: freio a ar...vore.
10 Destruidor de distâncias, devorador da saudade.
11 Deus fez a mãe e o Diabo inventou a sogra.
12 Dinheiro não traz felicidade, mas acalma os nervos.
13 Dívida pra mim é sagrada. Deus lhe pague
14 Dizem que dinheiro é coisa do diabo; mas quer ver o diabo, ande sem dinheiro.
15 Doei todos meus órgãos: o coração já está em seu nome.
16 Duas coisas matam de repente: vento pelas costas e sogra pela frente.
17 “Big brother” de pobre é buraco de fechadura.
18 A cal é virgem porque só lida com brocha.
19 A confiança mata o homem... e engravida a mulher.
21 A fé remove montanhas, mas com dinamite é mais rápido.
22 A luz dos teus olhos ilumina o meu caminho.
23 A mata é virgem porque o vento é fresco.
14 A mulher foi feita da costela, imagine se fosse do filé.
25 A mulher que eu mais amo tem compromisso com meu pai.
26 Adultério: antes a tarde do que nunca!
27 Água mole em pedra dura, tanto bate até que molha tudo.
28 Alegria de poste é estar no mato sem cachorro.
29 Amigo é como o sol, só aparece em dia bonito.
30 Amigo meu não tem defeito. Inimigo, se não tiver, eu ponho
31 Amor de mulher é REAL.
32 As mulheres perdidas são as mais procurada.
33 Até burro pula a cerca se grama do vizinho é mais verde.
34 Bebo para esquecer, só não lembro do que.
35 Beijo de mulher casada sempre tem gosto de chumbo.
36 Cabeça de político e privada: você sabe o que tem dentro.
37 Cabelo ruim é que nem assaltante...ou tá armado ou tá preso.
38 Cada ovo comido é um pinto perdido.
terça-feira, 27 de abril de 2010
ESTÁ ESCRITO.
Está escrito no muro do campo do CULTURA FUTEBOL CLUBE de Belo Jardim, um aviso interessantíssimo que chama a atenção:
PROIBIDO DERRUBAR O MURO
ASSINADO: A DIRETORIA
PROIBIDO DERRUBAR O MURO
ASSINADO: A DIRETORIA
O DIA EM QUE A TERRA PAROU !
Era o dia 8 de dezembro de 1953. Dia de domingo. Festa de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Belo Jardim. A praça em frente a Igreja Matriz lota de fiés para as solenidades religiosas e profanas.
Parque de diversões, serviço de som, palanques armados de um lado e de outro da praça para a apresentação das duas gloriosas bandas musicas.......... e.............; casais, namorados, paqueras (é o novo!!!!), todos com a melhor roupa, brilhantina nos cabelos, o melhor perfume, vestidos abaixo do joelho, em frente á igreja matriz para o início das solenidades religiosas. Era a festa mais importante da comunidade! E, o mais importante de tudo, era a festa profana, com lindas mensagens para os amores proibidos através do “serviço de alto-falantes” do parque de diversões, com canções de Silvinho, Waldike Soriano, dos bilhetinhos com frases de amor e ternura entregues de mão-em-mão, olhares que falavam mais que mil palavras, uma cerveja ou refrigerante natural... pouco importava!
Igreja iluminada, final das celebrações! As duas bandas musicas, com seu fardamento de gala e imponência de seus comandantes, Maestros ULISSES e ZÉ VIEIRA ou ZÈ VIEIRA e ULISSES preparavam, após um ano de ensaios, as suas apresentações. Era o que todos esperavam! Nesta época havia uma grande rivalidade (saudável) entre as duas bandas musicais: as famílias da cidade se dividiam entre as fanáticas apreciadoras e colaboradoras da ........ ou da ............
De comum acordo, pontualmente ás 21 horas, as duas bandas subiriam ao mesmo tempo, cada uma em seu palanque. Iniciava-se aqui, a grande maratona histórica !
Começou a execução de músicas memoráveis: dobrados, valsas, boleros caribenhos... Quando uma banda terminava sua apresentação, imediatamente a outra iniciava a sua. Aplausos, gritos de euforia, reboliço na praça! Meia noite e nenhuma das bandas dava sinal de cansaço ou de que seu repertório tinha terminado. Quatro horas da manhã e o revesamento musical continuava....
Às 7 horas da manhã do dia seguinte, os feirantes já montando suas barracas para a feira da segunda feira... e as duas bandas tocando... Uma comissão foi formada para solicitar o encerramento das apresentações mas os maestros disseram que, enquanto uma tocasse, a outra não pararia. Cansaço visível dos maestros e dos músicos mas, o povo, os torcedores de cada banda, continuava na praça aplaudindo, vibrando, querendo ver quem parava primeiro, o que, no entender de muitos, daria a vitória ao último que se apresentasse. As famílias iam em suas casas e levavam lanches e água para sua banda preferida pois o cansaço e a exaustão pareciam ter chegado ao limite.
10 horas, 11 horas da segunda feira.... e as bandas tocando!
Ás 12 horas, o padre...... e o Juiz de Direito...... convocaram os dois maestros para um acordo, tentando por fim á competição: os dois maestros desceriam ao mesmo tempo do palanque, descendo, em seguida, ao mesmo tempo, um músico de cada banda. E assim foi feito. Nenhum sairia perdedor nesta competição saudável, cujo vencedor foi o povo que passou 15 horas ouvindo, aplaudindo o que de melhor tínhamos na cultura.
Nesta hora, a TERRA PAROU para homenagear estes tesouros da nossa cultura: maestros ZÉ VIEIRA e ULISSES ou ULISSES e ZÉ VIEIRA...
Parque de diversões, serviço de som, palanques armados de um lado e de outro da praça para a apresentação das duas gloriosas bandas musicas.......... e.............; casais, namorados, paqueras (é o novo!!!!), todos com a melhor roupa, brilhantina nos cabelos, o melhor perfume, vestidos abaixo do joelho, em frente á igreja matriz para o início das solenidades religiosas. Era a festa mais importante da comunidade! E, o mais importante de tudo, era a festa profana, com lindas mensagens para os amores proibidos através do “serviço de alto-falantes” do parque de diversões, com canções de Silvinho, Waldike Soriano, dos bilhetinhos com frases de amor e ternura entregues de mão-em-mão, olhares que falavam mais que mil palavras, uma cerveja ou refrigerante natural... pouco importava!
Igreja iluminada, final das celebrações! As duas bandas musicas, com seu fardamento de gala e imponência de seus comandantes, Maestros ULISSES e ZÉ VIEIRA ou ZÈ VIEIRA e ULISSES preparavam, após um ano de ensaios, as suas apresentações. Era o que todos esperavam! Nesta época havia uma grande rivalidade (saudável) entre as duas bandas musicais: as famílias da cidade se dividiam entre as fanáticas apreciadoras e colaboradoras da ........ ou da ............
De comum acordo, pontualmente ás 21 horas, as duas bandas subiriam ao mesmo tempo, cada uma em seu palanque. Iniciava-se aqui, a grande maratona histórica !
Começou a execução de músicas memoráveis: dobrados, valsas, boleros caribenhos... Quando uma banda terminava sua apresentação, imediatamente a outra iniciava a sua. Aplausos, gritos de euforia, reboliço na praça! Meia noite e nenhuma das bandas dava sinal de cansaço ou de que seu repertório tinha terminado. Quatro horas da manhã e o revesamento musical continuava....
Às 7 horas da manhã do dia seguinte, os feirantes já montando suas barracas para a feira da segunda feira... e as duas bandas tocando... Uma comissão foi formada para solicitar o encerramento das apresentações mas os maestros disseram que, enquanto uma tocasse, a outra não pararia. Cansaço visível dos maestros e dos músicos mas, o povo, os torcedores de cada banda, continuava na praça aplaudindo, vibrando, querendo ver quem parava primeiro, o que, no entender de muitos, daria a vitória ao último que se apresentasse. As famílias iam em suas casas e levavam lanches e água para sua banda preferida pois o cansaço e a exaustão pareciam ter chegado ao limite.
10 horas, 11 horas da segunda feira.... e as bandas tocando!
Ás 12 horas, o padre...... e o Juiz de Direito...... convocaram os dois maestros para um acordo, tentando por fim á competição: os dois maestros desceriam ao mesmo tempo do palanque, descendo, em seguida, ao mesmo tempo, um músico de cada banda. E assim foi feito. Nenhum sairia perdedor nesta competição saudável, cujo vencedor foi o povo que passou 15 horas ouvindo, aplaudindo o que de melhor tínhamos na cultura.
Nesta hora, a TERRA PAROU para homenagear estes tesouros da nossa cultura: maestros ZÉ VIEIRA e ULISSES ou ULISSES e ZÉ VIEIRA...
AMIGOS, AMIGOS; NEGÓCIOS... A PARTE!
Manezinho, desempregado, teve a idéia de vender guloseimas, confeitos, chocolates, etc., em frente ao antigo BANDEPE. Era uma excelente idéia, visto que o banco, no seu apogeu, tinha uma intensa movimentação de clientes.
Consultou o gerente da agência do qual obteve permissão para colocar na calçada o seu ponto de venda.
Após um ano de comércio, o sucesso da empreitada era tanto que tinha duplicado a oferta de produtos, vendendo agora, deste cachorro quente até óculos de sol. O ponto de venda era um sucesso!
Certo dia, vendo o progresso financeiro do amigo, FULANO aproximou-se e fez a seguinte proposta:
- Manezinho, eu queria que você me emprestasse cem cruzeiros para eu fazer umas compras lá pra casa.
Sabendo da má fama de pagador, das noitadas de orgia e do vício em jogo de baralho de FULANO, Manezinho, sem querer perder a amizade de infância, respondeu:
FULANO, infelizmente eu não posso emprestar esse dinheiro a você, porque eu fiz um acordo com o gerente do BANDEPE: nem ele vendia confeito e chicletes lá dentro da agência nem eu emprestava dinheiro aqui fora !!!!
Consultou o gerente da agência do qual obteve permissão para colocar na calçada o seu ponto de venda.
Após um ano de comércio, o sucesso da empreitada era tanto que tinha duplicado a oferta de produtos, vendendo agora, deste cachorro quente até óculos de sol. O ponto de venda era um sucesso!
Certo dia, vendo o progresso financeiro do amigo, FULANO aproximou-se e fez a seguinte proposta:
- Manezinho, eu queria que você me emprestasse cem cruzeiros para eu fazer umas compras lá pra casa.
Sabendo da má fama de pagador, das noitadas de orgia e do vício em jogo de baralho de FULANO, Manezinho, sem querer perder a amizade de infância, respondeu:
FULANO, infelizmente eu não posso emprestar esse dinheiro a você, porque eu fiz um acordo com o gerente do BANDEPE: nem ele vendia confeito e chicletes lá dentro da agência nem eu emprestava dinheiro aqui fora !!!!
O VEREADOR DE DEUS
Miguel Caroço, próspero comerciante do ramo de baterias para automóvel em Belo Jardim, resolveu, por influência de amigos e contra a vontade de sua esposa Da Paz, a ser candidato a vereador. Entusiasmado com a idéia, usou a bateria como símbolo e marketing político de sua campanha. Focou sua estratégia de votos nos muitos amigos e nos apreciadores de aguardente, dos “papudinhos”, “ caneiros” ou outros adjetivos que se queira dar.Mandou fabricar pequenas réplicas de baterias cheias de aguardente e saiu pela cidade, de bar em bar, de mesa em mesa, distribuindo as pequenas baterias com o seu nome e o número de candidato a vereador. Por onde ele passava a multidão de papudinhos o abordava, a alegria era total e mais de duas mil baterias foram distribuídas e, pelos cálculos, já estaria eleito com uma grande margem de votos !
Nos finais de semana visitava os bares e pontos em que tinha deixado sua marca e reabastecia as baterias com aguardente. Faltando 15 dias para as eleições, teve uma surpresa desagradável. Sua esposa, na hora do jantar em família foi enfática :
- Miguel, perdemos a eleição ! Todos os papudinhos a quem você deu as baterias morreram de hapatite provocada pelo excesso de cachaça ...
Sem perder o humor que lhe é característico, Miguel apenas disse:
- Deixa de besteira mulher. Veja a coisa pelo lado positivo. Eu posso até perder a eleição aqui mas, quando eu morrer, com certeza, serei vereador no céu !!!!
Nos finais de semana visitava os bares e pontos em que tinha deixado sua marca e reabastecia as baterias com aguardente. Faltando 15 dias para as eleições, teve uma surpresa desagradável. Sua esposa, na hora do jantar em família foi enfática :
- Miguel, perdemos a eleição ! Todos os papudinhos a quem você deu as baterias morreram de hapatite provocada pelo excesso de cachaça ...
Sem perder o humor que lhe é característico, Miguel apenas disse:
- Deixa de besteira mulher. Veja a coisa pelo lado positivo. Eu posso até perder a eleição aqui mas, quando eu morrer, com certeza, serei vereador no céu !!!!
MORREU ENGASGADO
Ele adorava um enterro, um sepultamento. Não podia saber que alguém tinha falecido que acompanhava, desde a colocação do defunto no caixão, até o sepultamento.Nesta época não havia um local para o velório, que era feito na casa da própria família.
Certa feita, passando pela antiga Rua 10, hoje Rua...... notou uma aglomeração em determinada casa, com pessoas chorando, casa aberta após as 23 horas e, imediatamente percebeu que ali tinha um defunto.
Entrou na casa, viu um caixão, aproximou-se dos familiares, apresentou os pêsames aos familiares, aproximou-se do caixão, olhou demoradamente o defunto e fez o seguinte comentário:
- Meu Deus... ele parece um passarinho!
E, em seguida, fez a seguinte pergunta indiscreta e inoportuna ao filho do finado:
- Ele morreu de que ?
O filho do finado, triste, indignado com tal pergunta impertinente para a ocasião, respondeu:
- Morreu engasgado com alpistre....
Certa feita, passando pela antiga Rua 10, hoje Rua...... notou uma aglomeração em determinada casa, com pessoas chorando, casa aberta após as 23 horas e, imediatamente percebeu que ali tinha um defunto.
Entrou na casa, viu um caixão, aproximou-se dos familiares, apresentou os pêsames aos familiares, aproximou-se do caixão, olhou demoradamente o defunto e fez o seguinte comentário:
- Meu Deus... ele parece um passarinho!
E, em seguida, fez a seguinte pergunta indiscreta e inoportuna ao filho do finado:
- Ele morreu de que ?
O filho do finado, triste, indignado com tal pergunta impertinente para a ocasião, respondeu:
- Morreu engasgado com alpistre....
CALOR DANADO DE QUENTE OU O CÔCO QUE FUMAÇAVA
Visinho ao posto de combustível Shell, de Sebastião Batista, mais conhecido como “Sebastião Gordo”, estava o famoso bar e restaurante “CAFÉ DO POVO”, de propriedade de Júlio Augusto de Oliveira, ou, simplesmente, Seu Júlio que gostava de contar estórias para passar o tempo, ora verdadeiras, ora fantásticas, fantasiosas, fruto de uma imaginação fértil, própria dos nordestinos. Ás vezes, confundindo ou fundindo a realidade com a ficção. E, em uma noite , tendo como clientes assíduos do seu bar Zé Campelo, Lolô, Lula Pintado, Chico Beira Branca, Zuzu Cordeiro, Neném Elefante, Chico Trombone, Bigode, Bode Rouco, Euclides Bigodão, Zé Custódio (pai de Côco Podre) e Zé Ivo, saiu com esta:
- Minha gente, ontem, da varanda da minha casa, deitado na minha rede do Ceará, fiquei impressionado com o que vi. O dia estava quente. Um calor danado! E eu, sentado na minha rede, olhando para a vargem de Seu Moura, que é logo ali de frente, notei que os cocos dos coqueiros fumaçavam com o calor que a natureza dava de presente a nós cristãos!
- Minha gente, ontem, da varanda da minha casa, deitado na minha rede do Ceará, fiquei impressionado com o que vi. O dia estava quente. Um calor danado! E eu, sentado na minha rede, olhando para a vargem de Seu Moura, que é logo ali de frente, notei que os cocos dos coqueiros fumaçavam com o calor que a natureza dava de presente a nós cristãos!
... ME ACUDA !!!!
Praça da Mariola, após almoçar, numa daquelas tardes de frio agradável do mês de agosto em Belo Jardim, armou a rede em sua sala e, de repente, ao deitar, caiu. Foi uma queda tremenda: óculos para um lado, chapa(prótese dentária) para outro! Estonteada, conseguiu levantar-se e, desnorteada, gritou para a irmã que mora ao lado:
- Raimundinha... eu levei uma queda da rede.... me acuda que EU ESTOU SEM FALA !
- Raimundinha... eu levei uma queda da rede.... me acuda que EU ESTOU SEM FALA !
O BOLOLÔ DE BALALAU
Timbau tinha uma moto Harley Davidson que usava para comercializar produtos em Recife. Nesta época, década de 60, as motos eram chamadas de motor. Dizia-se, então, o motor de fulano de tal, o motor de Timbau, etc.
Macário era um próspero agricultor, muito querido na cidade de Belo Jardim, morava nas imediações da estação ferroviária e tinha um problema de dicção, onde costumava trocar algumas consoantes pela consoante B. Assim, em lugar de dizer Maria, que por sinal era o nome de sua esposa, ele pronunciava Bahia; em lugar de Timbau, pronunciava Bimbau, e assim por diante.
Certa tarde, após um dia árduo de trabalho em uma de suas propriedades, Macário estava de volta para casa em sua caminhoneta quando a mesma pifou, há uns 15 quilômetros de Belo Jardim: radiador furado, motor esquentando, a noite chegando e, o jeito que teve foi esperar uma carona até Belo Jardim. Nesta época, a BR ainda estava em construção, verão quente, poeira por todos os lados.
Sentado á beira do caminho, pedindo a Deus que passasse um conhecido para lhe dar uma carona, já desanimado, Macário vê uma nuvem de poeira e uma moto para há alguns metros dele. Era Timbau, que só andava em alta velocidade, vindo do Recife. Desceu da moto, reconheceu o amigo Macário e perguntou:
- O que foi isso, Macário?
- A minha caminhonete pifou...
- Monta aqui na moto que eu te levo até Belo Jardim e lá você arranja alguém para rebocar a caminhonete.
Timbau partiu com Macário, acelerou o máximo a possante Harley Davidson que fazia poeira por onde passava, tamanha era a velocidade.
E Macário morrendo de medo, com respiração ofegante, empoeirado dos pés á cabeça, orando para que chegasse logo a Belo Jardim.
Timbau parou na casa de Macário e os dois estavam irreconhecíveis de tanta poeira grudada no corpo. Além de empoeirado, Macário estava trêmulo de medo. Desceu da moto, agradeceu, andou cambaleando até a sua casa, bateu na porta e, sua esposa Maria, ao vê-lo naquele estado, quase sem reconhecê-lo, espantada, perguntou:
- Macário, o que danado foi isso: a gente só ta vendo teus olhos, você está todo empoeirado! O que diabo foi isso, homem?
E Macário, com a voz trêmula, respondeu:
- Ô bahia, foi o bololô de balalau...
Traduzindo: “ô Maria, foi o motor de Timbau”
Macário era um próspero agricultor, muito querido na cidade de Belo Jardim, morava nas imediações da estação ferroviária e tinha um problema de dicção, onde costumava trocar algumas consoantes pela consoante B. Assim, em lugar de dizer Maria, que por sinal era o nome de sua esposa, ele pronunciava Bahia; em lugar de Timbau, pronunciava Bimbau, e assim por diante.
Certa tarde, após um dia árduo de trabalho em uma de suas propriedades, Macário estava de volta para casa em sua caminhoneta quando a mesma pifou, há uns 15 quilômetros de Belo Jardim: radiador furado, motor esquentando, a noite chegando e, o jeito que teve foi esperar uma carona até Belo Jardim. Nesta época, a BR ainda estava em construção, verão quente, poeira por todos os lados.
Sentado á beira do caminho, pedindo a Deus que passasse um conhecido para lhe dar uma carona, já desanimado, Macário vê uma nuvem de poeira e uma moto para há alguns metros dele. Era Timbau, que só andava em alta velocidade, vindo do Recife. Desceu da moto, reconheceu o amigo Macário e perguntou:
- O que foi isso, Macário?
- A minha caminhonete pifou...
- Monta aqui na moto que eu te levo até Belo Jardim e lá você arranja alguém para rebocar a caminhonete.
Timbau partiu com Macário, acelerou o máximo a possante Harley Davidson que fazia poeira por onde passava, tamanha era a velocidade.
E Macário morrendo de medo, com respiração ofegante, empoeirado dos pés á cabeça, orando para que chegasse logo a Belo Jardim.
Timbau parou na casa de Macário e os dois estavam irreconhecíveis de tanta poeira grudada no corpo. Além de empoeirado, Macário estava trêmulo de medo. Desceu da moto, agradeceu, andou cambaleando até a sua casa, bateu na porta e, sua esposa Maria, ao vê-lo naquele estado, quase sem reconhecê-lo, espantada, perguntou:
- Macário, o que danado foi isso: a gente só ta vendo teus olhos, você está todo empoeirado! O que diabo foi isso, homem?
E Macário, com a voz trêmula, respondeu:
- Ô bahia, foi o bololô de balalau...
Traduzindo: “ô Maria, foi o motor de Timbau”
ENDEREÇO ERRADO
A Professora Dulce Ramos, símbolo da sabedoria e de tudo de bom que a vida e a cidade de Belo Jardim nos oferesse, recebeu um cartão de natal enviado ao seu pai, por um deputado. O cartão dizia mais ou menos o seguinte:
“ Sr. Didier Francisco. Desejo-lhe Feliz Natal e um Ano Novo repleto de realizações. Um abraço, Deputado.....”
Dulce leu o cartão e, imediatamente, indignada, enviou um fax manuscrito para o referido deputado, com o seguinte teor:
Deputado: meu pai já não mora mais neste endereço. A próxima correspondência deverá ser enviada para o seguinte endereço: Cemitério São Sebastião, bairro do Bom Conselho, pois meu pai morreu há anos...!
“ Sr. Didier Francisco. Desejo-lhe Feliz Natal e um Ano Novo repleto de realizações. Um abraço, Deputado.....”
Dulce leu o cartão e, imediatamente, indignada, enviou um fax manuscrito para o referido deputado, com o seguinte teor:
Deputado: meu pai já não mora mais neste endereço. A próxima correspondência deverá ser enviada para o seguinte endereço: Cemitério São Sebastião, bairro do Bom Conselho, pois meu pai morreu há anos...!
SAÍDA DE MESTRE
Político popular, veterano, bom de voto, carismático, estava em visita ás suas bases eleitorais, casa por casa em Serra dos Ventos, distrito de Belo Jardim, quando, na praça da vila, encontrou um jovem eleitor, cujo pai era um dos seus principais “cabos eleitorais”. Foi ao seu encontro estendendo a mão e abraçando-o calorosamente disse:
- Estou indo para sua casa agora. Meu jovem, como vai seu pai?
Sem jeito, o rapaz respondeu:
- Deputado, meu pai morreu há 6 meses...
Surpreso,o candidato abriu um sorriso tímido, abraçou o jovem novamente e disse:
- Meu jovem! Seu pai não morreu. Ele estará sempre vivo em meu coração!!!!
- Estou indo para sua casa agora. Meu jovem, como vai seu pai?
Sem jeito, o rapaz respondeu:
- Deputado, meu pai morreu há 6 meses...
Surpreso,o candidato abriu um sorriso tímido, abraçou o jovem novamente e disse:
- Meu jovem! Seu pai não morreu. Ele estará sempre vivo em meu coração!!!!
SOU DOIDO MAS NÃO SOU BESTA
Coco Podre, figura popular e querida na cidade, apesar do seu jeito diferente de ser, acompanhava pelo radinho de pilha, todas as notícias e jogos dos campeonatos regionais e até do campeonato espanhol! Sabe, na ponta da língua, o nome de todos os jogadores, resultados, classificação, etc. etc. etc...
Certo dia, seu radinho de pilhas pifou! Ficou desesperado. Era uma terça feira e, no dia seguinte, o Santa Cruz jogava contra o Náutico. Dirigiu-se a uma eletrônica de um amigo para mandar conserta o rádio a tempo de ouvir o jogo.
- Manezinho! Vê se dá pra consertar meu radinho até amanhã pois tem um clássico que não posso perder. E se o conserto for muito caro você vai me dá um prazo pra pagar ...
O dono da eletrônica, já sabendo que que Coco Podre não tinha dinheiro para pagar o conserto, fez a seguinte proposto:
- Veja bem, Coco: vamos fazer uma aposto. Se o Santa Cruz vencer o jogo de amanhã, você não paga o conserto mas, se o Náutico ganhar, o radinho é meu
Certo de que o jogo seria realizado no Arruda e de que o Santa Cruz estava fazendo uma boa campanha, Coco Podre aceitou a aposta com a certeza de que não pagaria o conserto pois o Santa Cruz venceria inevitavelmente.
Na quarta feira, dia do jogo, foi por diversas vezes na eletrônica e nada do conserto ser realizado. Voltou para casa triste e indignado por não poder ouvir o jogo, logo naquele dia em que o Santa Cruz poderia ser campeão por antecipação. Foi dormir angustiado !
No outro dia, acordou cedinho e saiu pelas ruas em busca do resultado do jogo. Passando em frente a Escola Frei Cassiano, encontro alunos que esperavam o início das aulas e perguntou:
- Vocês sabem o resultado do jogo de ontem?
- O Náutico venceu por 2 X 1.
- Êita, então em me lasquei-me, esclamou Coco Podre com surpresa.
E um dos estudantes, querendo mostrar conhecimento da Língua Portuguesa, corrigiu:
- O certo não é “ eu me lasquei-me “. É lasquei-me.
E, de imediato, Coco Podre rspondeu:
- Não. É eu me lasquei-me mesmo porque perdi o jogo e a aposta que fiz com o meu radinho. Então eu me lasquei duas vezes ...!!!!!!
Certo dia, seu radinho de pilhas pifou! Ficou desesperado. Era uma terça feira e, no dia seguinte, o Santa Cruz jogava contra o Náutico. Dirigiu-se a uma eletrônica de um amigo para mandar conserta o rádio a tempo de ouvir o jogo.
- Manezinho! Vê se dá pra consertar meu radinho até amanhã pois tem um clássico que não posso perder. E se o conserto for muito caro você vai me dá um prazo pra pagar ...
O dono da eletrônica, já sabendo que que Coco Podre não tinha dinheiro para pagar o conserto, fez a seguinte proposto:
- Veja bem, Coco: vamos fazer uma aposto. Se o Santa Cruz vencer o jogo de amanhã, você não paga o conserto mas, se o Náutico ganhar, o radinho é meu
Certo de que o jogo seria realizado no Arruda e de que o Santa Cruz estava fazendo uma boa campanha, Coco Podre aceitou a aposta com a certeza de que não pagaria o conserto pois o Santa Cruz venceria inevitavelmente.
Na quarta feira, dia do jogo, foi por diversas vezes na eletrônica e nada do conserto ser realizado. Voltou para casa triste e indignado por não poder ouvir o jogo, logo naquele dia em que o Santa Cruz poderia ser campeão por antecipação. Foi dormir angustiado !
No outro dia, acordou cedinho e saiu pelas ruas em busca do resultado do jogo. Passando em frente a Escola Frei Cassiano, encontro alunos que esperavam o início das aulas e perguntou:
- Vocês sabem o resultado do jogo de ontem?
- O Náutico venceu por 2 X 1.
- Êita, então em me lasquei-me, esclamou Coco Podre com surpresa.
E um dos estudantes, querendo mostrar conhecimento da Língua Portuguesa, corrigiu:
- O certo não é “ eu me lasquei-me “. É lasquei-me.
E, de imediato, Coco Podre rspondeu:
- Não. É eu me lasquei-me mesmo porque perdi o jogo e a aposta que fiz com o meu radinho. Então eu me lasquei duas vezes ...!!!!!!
PAGAMENTO POR SORTEIO
Preparando-se para a Semana Santa, Varejão comprou uma grande carga de um famoso vinho produzido na região. Mas, nesse ano, a vendagem foi o esperado; o vinho ficou estocado e Varejão com dificuldade de fazer o pagamento da mercadoria comprada. O vendedor do vinho tinha ido várias vezes ao estabelecimento comercial de Varejão fazer a cobrança, sem sucesso.
Certo dia, na última tentativa de cobrança, o proprietário da fábrica procurou Varejão e deu o ultimato:
- Ou você paga o vinho que comprou ou eu levo a mercadoria de volta...
E, sem saída, Varejão sentenciou:
- Veja ali atrás daquela prateleira. Tem um monte de nota promissória. Eu vou tirar uma.... se a sorteada for a sua, eu pago !
Certo dia, na última tentativa de cobrança, o proprietário da fábrica procurou Varejão e deu o ultimato:
- Ou você paga o vinho que comprou ou eu levo a mercadoria de volta...
E, sem saída, Varejão sentenciou:
- Veja ali atrás daquela prateleira. Tem um monte de nota promissória. Eu vou tirar uma.... se a sorteada for a sua, eu pago !
DEVO E NEGO
Carlinhos, conhecido popularmente como “ Carlinho Pé de Bode” entrou no Joca’s Bar, bebeu três cervejas, levantou-se e disse:
- Bota ai na conta que amanhã eu pago.
Passados dois meses , apesar dos recados de cobrança enviados por Joca, Carlinhos ainda não tinha quitada a dívida. Indignado e furioso com o mau pagador, Joca dizia a todo mundo que ainda ia fazer ele passar por uma grande vergonha, pois iria cobrar as três cervejas que bebera á vista de todo mundo.
Certo dia, por volta das cinco horas da tarde, Joca estava conversando com amigos na Rua Siqueira Campos, horário da grande movimento, quando avistou Carlinhos que ia passando pelo outro lado da rua. De pronto, imaginou: é agora que vou fazer esse velhaco passar por vergonha e gritou:
- Ô Carlinhos: e as três cervejas ?
Com um sorriso largo, tentando disfarçar a cobrança inconveniente para aquele momento, com tanta gente na rua, respondeu:
- Bota na geladeira que mais tarde eu tomo !!!!!!!!
- Bota ai na conta que amanhã eu pago.
Passados dois meses , apesar dos recados de cobrança enviados por Joca, Carlinhos ainda não tinha quitada a dívida. Indignado e furioso com o mau pagador, Joca dizia a todo mundo que ainda ia fazer ele passar por uma grande vergonha, pois iria cobrar as três cervejas que bebera á vista de todo mundo.
Certo dia, por volta das cinco horas da tarde, Joca estava conversando com amigos na Rua Siqueira Campos, horário da grande movimento, quando avistou Carlinhos que ia passando pelo outro lado da rua. De pronto, imaginou: é agora que vou fazer esse velhaco passar por vergonha e gritou:
- Ô Carlinhos: e as três cervejas ?
Com um sorriso largo, tentando disfarçar a cobrança inconveniente para aquele momento, com tanta gente na rua, respondeu:
- Bota na geladeira que mais tarde eu tomo !!!!!!!!
SURUCUCU DE BATINA
Surucucu é o nome dado a um tipo de cobra, cujo veneno é fatal e é famosa por ser arisca, braba, valente, de não abrir parada pra ninguém.
O Padre João Amâncio foi deslocado de Belo Jardim para a cidade de Sertânia, onde era famosa a briga política entre as famílias Queiroz e Santana. Como bom diplomata, ele não ficou nem do lado da família de uma família, nem da outra. Assim sendo, ninguém sabia por quem ele torcia naquela luta política.
Só que, numa bela madrugada, colocaram na porta da casa paroquial a ossada de um burro. Ás 5 horas da manhã, como sempre acontecia, ele abriu a porta para ir á igreja e a ossada de burro caiu sobre ele. Assustado, atônito e irada com a brincadeira de mau gosto, vestiu a roupa de Cônego, colocou por dentro da batina três revólveres, inclusive o na época famoso parabello, e ficou na praça central da cidade, andando de um lada para outro, entre as casas das famílias Queiroz e Santana, dizendo em voz alta que vestia saia mas era homem, que era macho, que aparecesse qualquer safado para enfrenta-lo que ia levar chumbo dos pés á cabeça, etc.etc.etc.
A confusão foi tão grande que urgentemente telefonaram para o Bispo de Pesqueira, Dom Severino Mariano de Aguiar, que imediatamente alugou um automóvel, deslocou-se até Sertânia e trouxe o Padre João Amâncio de volta para Belo Jardim, para evitar uma tragédia maior. Desse dia em diante, o Padre João Amâncio ficou conhecido em Sertânia como “ SURUCUCU DE BATINA “ !
O Padre João Amâncio foi deslocado de Belo Jardim para a cidade de Sertânia, onde era famosa a briga política entre as famílias Queiroz e Santana. Como bom diplomata, ele não ficou nem do lado da família de uma família, nem da outra. Assim sendo, ninguém sabia por quem ele torcia naquela luta política.
Só que, numa bela madrugada, colocaram na porta da casa paroquial a ossada de um burro. Ás 5 horas da manhã, como sempre acontecia, ele abriu a porta para ir á igreja e a ossada de burro caiu sobre ele. Assustado, atônito e irada com a brincadeira de mau gosto, vestiu a roupa de Cônego, colocou por dentro da batina três revólveres, inclusive o na época famoso parabello, e ficou na praça central da cidade, andando de um lada para outro, entre as casas das famílias Queiroz e Santana, dizendo em voz alta que vestia saia mas era homem, que era macho, que aparecesse qualquer safado para enfrenta-lo que ia levar chumbo dos pés á cabeça, etc.etc.etc.
A confusão foi tão grande que urgentemente telefonaram para o Bispo de Pesqueira, Dom Severino Mariano de Aguiar, que imediatamente alugou um automóvel, deslocou-se até Sertânia e trouxe o Padre João Amâncio de volta para Belo Jardim, para evitar uma tragédia maior. Desse dia em diante, o Padre João Amâncio ficou conhecido em Sertânia como “ SURUCUCU DE BATINA “ !
ENTUPIMENTO
Maria de Pedro Donzelo, auto-denominada poetisa, escritora, escultora , que tinha um jeito de ser diferente das pessoas consideradas “normais”, entrou apressada na loja A Graciosa e, dirigindo-se a Zé Antonio de quem era grande amiga e que estava despachando no balcão, foi logo dizendo:
- Zé, eu já fiz todos os exames que o médico mandou e, graças a Deus, deu quase tudo normal. Só tem um pequeno problema: o colesterol deu alto demais. Eu acho que a minha veia está mais entupida do que o banheiro do mercado em dia de feira !
- Zé, eu já fiz todos os exames que o médico mandou e, graças a Deus, deu quase tudo normal. Só tem um pequeno problema: o colesterol deu alto demais. Eu acho que a minha veia está mais entupida do que o banheiro do mercado em dia de feira !
A CAMINHO DA PREFEITURA OU DO CÉU ?
Os comícios em Belo Jardim sempre foram concorridos e se transformavam em grandes festas, tanto da zona rural como da urbana.
Em um desses grandes comícios, já no final da campanha, um candidato a vereador subiu no palanque e fcou esperando a sua vez de discussar. O tempo ia passando, vários oradores se apresentaram e nada de chegar a vez do referido candidato, que já estava impaciente e ficando irritado. Já pelas tantas, o locutor-apresentador notando que ele ia explodir de raiva por não ter sido ainda chamado e para evitar maiores transtornos, chegou perto dele e disse:
- Se prepare. Agora é a sua vez.
Aliviado, respirou fundo, pegou o microfone e iniciou sua fala assim:
- “ Meus amigos ! Belo Jardim tem uma tradição católica, tem uma tradição religiosa, tem uma tradição de Santo ! Nós temos como nosso padroeiro, São Sebastião! Como nossa madrinha, Nossa Senhora da Conceição! Mas não fica só aí, não. O distrito de Serra dos Ventos tem São Manoel da Paciência; em Xucuru, tem São Vicente Ferrer; em Água Fria, outro distrito nosso, também tem São Sebastião como seu protetor; no bairro da COHAB I tem Nossa Senhora da Saúde; no povoado de Cavalo Morto a protetora é Nossa Senhora das Candeias.....
Zotando que o orador estava meio enrolado e perdido em sua fala, o locutor chegou perto dele e, sem que a platéia notasse, disse baixinho ao seu ouvido:
- Maurício... a gente quer ir é para a prefeitura, não é pro céu, não !
Em um desses grandes comícios, já no final da campanha, um candidato a vereador subiu no palanque e fcou esperando a sua vez de discussar. O tempo ia passando, vários oradores se apresentaram e nada de chegar a vez do referido candidato, que já estava impaciente e ficando irritado. Já pelas tantas, o locutor-apresentador notando que ele ia explodir de raiva por não ter sido ainda chamado e para evitar maiores transtornos, chegou perto dele e disse:
- Se prepare. Agora é a sua vez.
Aliviado, respirou fundo, pegou o microfone e iniciou sua fala assim:
- “ Meus amigos ! Belo Jardim tem uma tradição católica, tem uma tradição religiosa, tem uma tradição de Santo ! Nós temos como nosso padroeiro, São Sebastião! Como nossa madrinha, Nossa Senhora da Conceição! Mas não fica só aí, não. O distrito de Serra dos Ventos tem São Manoel da Paciência; em Xucuru, tem São Vicente Ferrer; em Água Fria, outro distrito nosso, também tem São Sebastião como seu protetor; no bairro da COHAB I tem Nossa Senhora da Saúde; no povoado de Cavalo Morto a protetora é Nossa Senhora das Candeias.....
Zotando que o orador estava meio enrolado e perdido em sua fala, o locutor chegou perto dele e, sem que a platéia notasse, disse baixinho ao seu ouvido:
- Maurício... a gente quer ir é para a prefeitura, não é pro céu, não !
PREDILEÇÃO PELA LETRA U
Padre João Amâncio está realizando batizados na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, como costumava fazer todos os domingos, quando chamou o próxima da fila a ser batizado e perguntou ao pai da criança:
Como é o nome do menino?
- É Wellington.
- Wellington ? perguntou o Padre em tom irônico. Isso é um nome estranho, estrangeiro... Por que bota o nome no menino de Sebastião, Francisco, Benedito, João... Veja, meu nome é João, não é um nome bonito ?
- É bonito, Seu Padre, mas eu quero Wellington.
- Mas por que? Insistiu o Padre João.
- Sabe o que é, Seu Padre, é que eu já tenho outros dois filhos que se chamam Washington e Weslei...
- Ta bem... mas por que está predileção por Washington, Weslei e Wellington ?
- Porque, Padre, eu acho muito bonito o nome começado pela letra U.
E o padre já perdendo a paciência, disse curto e grosso:
- Se o senhor gosta tanto da letra U, por que não bota o nome do menino de urupemba, urubu ou uruçu ?
Como é o nome do menino?
- É Wellington.
- Wellington ? perguntou o Padre em tom irônico. Isso é um nome estranho, estrangeiro... Por que bota o nome no menino de Sebastião, Francisco, Benedito, João... Veja, meu nome é João, não é um nome bonito ?
- É bonito, Seu Padre, mas eu quero Wellington.
- Mas por que? Insistiu o Padre João.
- Sabe o que é, Seu Padre, é que eu já tenho outros dois filhos que se chamam Washington e Weslei...
- Ta bem... mas por que está predileção por Washington, Weslei e Wellington ?
- Porque, Padre, eu acho muito bonito o nome começado pela letra U.
E o padre já perdendo a paciência, disse curto e grosso:
- Se o senhor gosta tanto da letra U, por que não bota o nome do menino de urupemba, urubu ou uruçu ?
O BODE DIFERENTE
Um cidadão chegou no Joca’s Bar, localizado em frente à Casa de Saúde de Belo Jardim e, descendo de um carrão foi logo dizendo:
- Seu Joca, eu quero um prato de bode...
Com sua calma de sempre, Joça disse:
- Meu filho. O bode ainda está na panela. Vai demorar um pouquinho para ficar pronto.
- Pode até demorar mas eu quero um bode especial!
- Meu filho, retrucou Joça, o bode que eu faço aqui no bar, é o mesmo de sempre, com o mesmo tempero e o mesmo acompanhamento...
- Não! Eu quero um bode especial !
E Joça já perdendo um pouco a paciência pela a arrogância do freguês, perguntou:
- Mas que bode especial é este que você quer ?
- Eu quero um bode sem osso...
E Joca com sua mansidão, sua maneira peculiar de tratar seus fregueses, disse de pronto:
- Meu amigo, infelizmente este bode que você quer só tem em Caruaru, e na feira.... É lá que vendem bode de barro!!!
- Seu Joca, eu quero um prato de bode...
Com sua calma de sempre, Joça disse:
- Meu filho. O bode ainda está na panela. Vai demorar um pouquinho para ficar pronto.
- Pode até demorar mas eu quero um bode especial!
- Meu filho, retrucou Joça, o bode que eu faço aqui no bar, é o mesmo de sempre, com o mesmo tempero e o mesmo acompanhamento...
- Não! Eu quero um bode especial !
E Joça já perdendo um pouco a paciência pela a arrogância do freguês, perguntou:
- Mas que bode especial é este que você quer ?
- Eu quero um bode sem osso...
E Joca com sua mansidão, sua maneira peculiar de tratar seus fregueses, disse de pronto:
- Meu amigo, infelizmente este bode que você quer só tem em Caruaru, e na feira.... É lá que vendem bode de barro!!!
DEUS AJUDA
O terreno era íngreme, cheio de cascalhos e pedras, onde xique-xique não nascia, tiririca não criava raiz e mandacaru não dava sombra.
Seu Jorge era um desses matutos raçudos: comprou um pedaço do terreno e começou a trabalhar a terra: derrbou a vegetação rasteira, arrancou as raízes, conseguiu arar, preparou tudo, mesmo sem ter nenhum sinal de chuva. Dias depois, uma trovoada e a chuva chegou. Terra molhada, fez as covas, colocou as sementes de milho e conseguiu um plantio maravilhoso que floresceu naquela terra tão sem futuro. Certou dia, o Padre da cidade em sua peregrinação pela zona rural do município chegou até a casa de Seu Jorge e, maravilhado com o crescimento da plantação de milho, disse:
- Seu Jorge, quem fez este plantio tão bonito !?
- Fui eu, disse Seu Jorge orgulhoso do feito !
- Mas com a ajuda de Deus, não foi ?
E seu Jorge, sertanejo devoto de Padim Padre Cícero e de Frei Damião, ficou calado, pensativo.... e disse:
- É, Seu Padre; mas acontece que deu formiga , gafanhoto e comeram tudo... Mas replantei tudo, fiz tudo de novo, muitas vezes perdi noite de sono aguando a terra para que tudo ficasse bonito assim...
- E tudo isso com a ajuda de Deus, disse o padre com euforia.
E Seu Jorge meio cabreiro, meu envergonhado, replicou:
- É, Seu Padre, mas quando era Ele sozinho, esta merda desta terra não dava nada....
Seu Jorge era um desses matutos raçudos: comprou um pedaço do terreno e começou a trabalhar a terra: derrbou a vegetação rasteira, arrancou as raízes, conseguiu arar, preparou tudo, mesmo sem ter nenhum sinal de chuva. Dias depois, uma trovoada e a chuva chegou. Terra molhada, fez as covas, colocou as sementes de milho e conseguiu um plantio maravilhoso que floresceu naquela terra tão sem futuro. Certou dia, o Padre da cidade em sua peregrinação pela zona rural do município chegou até a casa de Seu Jorge e, maravilhado com o crescimento da plantação de milho, disse:
- Seu Jorge, quem fez este plantio tão bonito !?
- Fui eu, disse Seu Jorge orgulhoso do feito !
- Mas com a ajuda de Deus, não foi ?
E seu Jorge, sertanejo devoto de Padim Padre Cícero e de Frei Damião, ficou calado, pensativo.... e disse:
- É, Seu Padre; mas acontece que deu formiga , gafanhoto e comeram tudo... Mas replantei tudo, fiz tudo de novo, muitas vezes perdi noite de sono aguando a terra para que tudo ficasse bonito assim...
- E tudo isso com a ajuda de Deus, disse o padre com euforia.
E Seu Jorge meio cabreiro, meu envergonhado, replicou:
- É, Seu Padre, mas quando era Ele sozinho, esta merda desta terra não dava nada....
APELÍDIOS FAMOSOS
A criatividade e o imaginário popular fizeram de Belo Jardim a cidade dos apelídios pitorescos, entre os quais citamos:
Amaro Buchada, Antonio Galalau, Bujão de Porco, Beiço de Burro, Bico de Bule, Bosta de Cobra, Boi Viúvo, Bode Cheiroso, Bode Rouco, Bufa de Cancão, Cachorrinha Branca, Caga Milho, Cú de Apito, Catarrento, Calango Liso, Caganeira, Cagada de Elefante, Celso Cú de Barro, Cuscuz de Mundiça, Cara de Maracujá, , Ciço Carboreto, Cachimbo de Imburana , Cavalo Cego, Cunhão de Fogo, Côco Podre, Catimbau, Deda ôi de Graxa, Davi Cacete de Porco, Engurujado, Furico de Zé do Fosco, Gata Magra, Gato da Zinebra, Jurubeba, João Rabada, Lombriga, Lelo-lero, Mela Santo, Maria Cara Suja, Maria Burra Mansa, Mala Véia, Macaco Sem Rabo, Martelo Sem Cabo, Maria Três Rolos, Maria Vapor, Olho de Javali, Olho de Bizaco, Passa Fome, Pé de Bolo, Pé de Cão, Picolé de Onça, Pirão de Ovo, Pinga Fogo, Pé de Bode, Pirão de Ritinha, Pé de Peia, Pacote de Merda, Pasta Azeda, Piolho, Rei de Espada, Reboliço, Sebinho, Semente de Coentro, Sem Miolo, Sêu Frouxinho, Setenta, Sabugo...
Amaro Buchada, Antonio Galalau, Bujão de Porco, Beiço de Burro, Bico de Bule, Bosta de Cobra, Boi Viúvo, Bode Cheiroso, Bode Rouco, Bufa de Cancão, Cachorrinha Branca, Caga Milho, Cú de Apito, Catarrento, Calango Liso, Caganeira, Cagada de Elefante, Celso Cú de Barro, Cuscuz de Mundiça, Cara de Maracujá, , Ciço Carboreto, Cachimbo de Imburana , Cavalo Cego, Cunhão de Fogo, Côco Podre, Catimbau, Deda ôi de Graxa, Davi Cacete de Porco, Engurujado, Furico de Zé do Fosco, Gata Magra, Gato da Zinebra, Jurubeba, João Rabada, Lombriga, Lelo-lero, Mela Santo, Maria Cara Suja, Maria Burra Mansa, Mala Véia, Macaco Sem Rabo, Martelo Sem Cabo, Maria Três Rolos, Maria Vapor, Olho de Javali, Olho de Bizaco, Passa Fome, Pé de Bolo, Pé de Cão, Picolé de Onça, Pirão de Ovo, Pinga Fogo, Pé de Bode, Pirão de Ritinha, Pé de Peia, Pacote de Merda, Pasta Azeda, Piolho, Rei de Espada, Reboliço, Sebinho, Semente de Coentro, Sem Miolo, Sêu Frouxinho, Setenta, Sabugo...
O INIMIGO E A MAL ESPOSA
Manoel Pedro Clemente é um gênio na arte do repente. Com sua viola se torna um misto de popular e erudito. Natural de Belo Jardim, mais precisamente do Sítio Paraguai, onde nasceu em 1921 e, numa brincadeira com crianças do local, levou um pedrada que o deixou com deficiência visual aos 7 anos de idade.
Entre os inúmeros poemas e repentes feitos por ele, destaca-se “ O inimigo e a mau esposa “ que transcrevemos a seguir:
É melhor um inimigo
Do que uma mal esposa
Nesse assunto eu me obrigo
A escrever qualquer coisa
Quem casa com mulher boa
Coloca a sua pessoa
Num grau de tranquilidade
Quem casa com mulher ruim
Sofre do começo ao fim
Tamanha infelicidade.
O inimigo se muda
Dele a gente se separa
E a mulher bruta e linguaruda
Grita o marido na cara
Ele não pode dar jeito
Sofre na alma e no peito
A mais triste grosseria
Passa tormento e desprezo
Se bater nela vai preso
Se apanhar, é covardia.
Sou a favor do divórcio
Não sei se estou errado
Casamento é um negócio
Pra mim muito complicado
Quem casa vive feliz
Em palestra sempre diz
Que tem um anjo em seu lar
Mas se ele não casa bem
Diz aos amigos que tem
Um sofrimento sem par.
A mulher quando é ruim
Faz do marido cativo
Quer ver o fim do marido
Pretende enterrá-lo vivo
Quando ele é caprichoso
Que anda limpo e jeitoso
Ela tende a ciumar
Chamando a ele enxerido
Dizendo que o marido
Anda assim pra namorar.
Tem mulher que quer matar
O marido na dormida
E outras pensam em botar
Veneno em sua comida
Ele pensa em dormir fora
Longe da sua senhora
Mas, tem vergonha da turma
E, diante daquela desgraça
Ele não sabe o que faça
Se durma em casa ou não durma.
E quando ela é vaidosa
Pede jóia e roupa boa
Faz a roupa escandalosa
E se o marido achar á toa
Ela responde: eu solteira,
Andava dessa maneira
Meu pai nunca me empatou.
Ou você me satisfaz
Ou eu vou viver com meus pais
Gosto a você, eu não dou.
E quer ver virar o jogo
É quando é dia de feira:
Se o marido tá liso
Ela diz dessa maneira:
- Você hoje tá bonito...!
Chora, dá samba e dá grito
Do pobre não suportar.
E diz dele, manchando o nome
Casar pra morrer de fome
É melhor se suicidar.
Portanto, caros senhores
Casamento é um perigo.
No começo, tantos amores
No final, tanto castigo
Mulher boa é uma santa
Com seu amor nos encanta...
Mas, se ela não pensar bem,
Para o homem é uma cruz.
Feliz só houve Jesus
Que não casou com ninguém !
Entre os inúmeros poemas e repentes feitos por ele, destaca-se “ O inimigo e a mau esposa “ que transcrevemos a seguir:
É melhor um inimigo
Do que uma mal esposa
Nesse assunto eu me obrigo
A escrever qualquer coisa
Quem casa com mulher boa
Coloca a sua pessoa
Num grau de tranquilidade
Quem casa com mulher ruim
Sofre do começo ao fim
Tamanha infelicidade.
O inimigo se muda
Dele a gente se separa
E a mulher bruta e linguaruda
Grita o marido na cara
Ele não pode dar jeito
Sofre na alma e no peito
A mais triste grosseria
Passa tormento e desprezo
Se bater nela vai preso
Se apanhar, é covardia.
Sou a favor do divórcio
Não sei se estou errado
Casamento é um negócio
Pra mim muito complicado
Quem casa vive feliz
Em palestra sempre diz
Que tem um anjo em seu lar
Mas se ele não casa bem
Diz aos amigos que tem
Um sofrimento sem par.
A mulher quando é ruim
Faz do marido cativo
Quer ver o fim do marido
Pretende enterrá-lo vivo
Quando ele é caprichoso
Que anda limpo e jeitoso
Ela tende a ciumar
Chamando a ele enxerido
Dizendo que o marido
Anda assim pra namorar.
Tem mulher que quer matar
O marido na dormida
E outras pensam em botar
Veneno em sua comida
Ele pensa em dormir fora
Longe da sua senhora
Mas, tem vergonha da turma
E, diante daquela desgraça
Ele não sabe o que faça
Se durma em casa ou não durma.
E quando ela é vaidosa
Pede jóia e roupa boa
Faz a roupa escandalosa
E se o marido achar á toa
Ela responde: eu solteira,
Andava dessa maneira
Meu pai nunca me empatou.
Ou você me satisfaz
Ou eu vou viver com meus pais
Gosto a você, eu não dou.
E quer ver virar o jogo
É quando é dia de feira:
Se o marido tá liso
Ela diz dessa maneira:
- Você hoje tá bonito...!
Chora, dá samba e dá grito
Do pobre não suportar.
E diz dele, manchando o nome
Casar pra morrer de fome
É melhor se suicidar.
Portanto, caros senhores
Casamento é um perigo.
No começo, tantos amores
No final, tanto castigo
Mulher boa é uma santa
Com seu amor nos encanta...
Mas, se ela não pensar bem,
Para o homem é uma cruz.
Feliz só houve Jesus
Que não casou com ninguém !
O GALO E O SABIÁ .
Belo Jardim, anos 50. Por essa época adernava aqui o jovem Maurício Carlos da Silva, rapazote franzino e falante.
Gostava de jogar uma sinuquinha e, num certo domingo, junto com amigos, foi ao SALÃO BRUNSWICK, de propriedade de Geraldo Barbosa, onde os grandes mestres em sinuca de Belo Jardim se reuniam, jogando em altas apostas ! A casa estava lotada. O dinheiro corria solto. Observando que todas as mesas de sinuca estavam ocupadas, Maurício Carlos indignou-se, “encafifou-se” e disse em alto e bom tom:
- E só tem essa merda de sinuca aqui ?
O companheiro dele, tentando contornar a situação, disse:
- Olha, Maurício, tem outra sinuca aqui pertinho, só que menos luxenta que essa...
E Maurício, que sempre foi nervosinho, rebateu:
- Amigo, eu tô querendo jogar é sinuca, não é desfilar em passarela, não...
E os dois seguiram para detrás das CASAS COSTA OLIVEIRA, no beco na Igreja Matriz, também conhecido como o “beco da mijada”, onde estava localizado o salão de sinuca e bilhar de Seu Zé Claudino, conhecido por suas tiradas filosóficas-cozadoras.
Lá chegando, encontraram em cima das mesas de jogos, as gaiolas dos pássaros de estimação de Seu Zé Claudino, que foi logo dizendo:
- Se tiverem pensando em jogar, nem pensar ! Agora foi tratar do meu Sabiá...
Maurício ainda tentou argumentar e pediu a Seu Zé que liberasse a mesa para que ele e o amigo pudessem jogar pelo menos uma partidinha, mas ele continuou dizendo:
-Nem pensar, já disse : vou tratar do meu Sabiá.
Só que não era um Sabiá que estava sobre a mesa de sinuca e sim, um imponente Galo-de-campina !
Observando este deslize de Zé Claudino, Maurício Carlos olhou de banda, levantou a calça que estava caída e, em tom de ousadia, desprezo e gozação, lascou esta poesia de improviso:
“ Quem confunde sabiá
Com galo-de-campina
E ainda vem com uma rima
Triste, pobre e desarrumada,
De poesia não entende nada,
De passarinho... já se viu !
Pegue sua sinuca, viu
Enfie onde bem entender.
Vamos embora, rapaz
Hoje aqui não jogo mais,
Por mim, pode se danar !!!
Zé Claudino estupefado, olhos arregalados, disse:
- Esse grilo falante botou pra lascar...!!!!
Gostava de jogar uma sinuquinha e, num certo domingo, junto com amigos, foi ao SALÃO BRUNSWICK, de propriedade de Geraldo Barbosa, onde os grandes mestres em sinuca de Belo Jardim se reuniam, jogando em altas apostas ! A casa estava lotada. O dinheiro corria solto. Observando que todas as mesas de sinuca estavam ocupadas, Maurício Carlos indignou-se, “encafifou-se” e disse em alto e bom tom:
- E só tem essa merda de sinuca aqui ?
O companheiro dele, tentando contornar a situação, disse:
- Olha, Maurício, tem outra sinuca aqui pertinho, só que menos luxenta que essa...
E Maurício, que sempre foi nervosinho, rebateu:
- Amigo, eu tô querendo jogar é sinuca, não é desfilar em passarela, não...
E os dois seguiram para detrás das CASAS COSTA OLIVEIRA, no beco na Igreja Matriz, também conhecido como o “beco da mijada”, onde estava localizado o salão de sinuca e bilhar de Seu Zé Claudino, conhecido por suas tiradas filosóficas-cozadoras.
Lá chegando, encontraram em cima das mesas de jogos, as gaiolas dos pássaros de estimação de Seu Zé Claudino, que foi logo dizendo:
- Se tiverem pensando em jogar, nem pensar ! Agora foi tratar do meu Sabiá...
Maurício ainda tentou argumentar e pediu a Seu Zé que liberasse a mesa para que ele e o amigo pudessem jogar pelo menos uma partidinha, mas ele continuou dizendo:
-Nem pensar, já disse : vou tratar do meu Sabiá.
Só que não era um Sabiá que estava sobre a mesa de sinuca e sim, um imponente Galo-de-campina !
Observando este deslize de Zé Claudino, Maurício Carlos olhou de banda, levantou a calça que estava caída e, em tom de ousadia, desprezo e gozação, lascou esta poesia de improviso:
“ Quem confunde sabiá
Com galo-de-campina
E ainda vem com uma rima
Triste, pobre e desarrumada,
De poesia não entende nada,
De passarinho... já se viu !
Pegue sua sinuca, viu
Enfie onde bem entender.
Vamos embora, rapaz
Hoje aqui não jogo mais,
Por mim, pode se danar !!!
Zé Claudino estupefado, olhos arregalados, disse:
- Esse grilo falante botou pra lascar...!!!!
UM DOIDO PERDIDO OU, QUEM PERDE UM, ACHA CEM !
Esssa foi contada por Gilvan Moraes, poéta, historiador, contador de causos, na Revista Águas do Bitury.
Leo e Zé Gordo serviram ao exército brasileiro, durante a Segunda Guerra Mundial.
Zé Gordo, músico, foi incorporado a tropa que seguiu para a Itália, teatro dos momentos finais do nazi-fascismo na Europa. Já Léo, soldado da Infantaria, ficou guarnecendo as prais, no sistema de vigilância do litoral brasileiro. Depois da baixa, vieram para Belo Jardim, com Zé Gordo ainda com mania de guerra, costumava tomar cachaça nos botecos da cidade e, nas suas euforias alcoológicas, via lobisomens, bichos diversos, etc.,etc.,etc.
Todos os dias, às 11 horas, a saudosa Mariola dava o seu sinal de almoço com um apito ouvido em quase toda a cidade. No primeiro apito dado pela Mariola, Léo e Zé Gordo se jogavam no chão lamacento, pensado que se tratava de bombardeio de avião; lembranças do campo de batalha, dos horrores da guerra. Passado algum tempo, os dois foram convidados para fazer parte da polícia militar, que aproveitou os dois ex-militantes por terem sido combatentes de valor.
Entre as missões que executaram juntos já como soldados da polícia militar, uma foi a de escoltar um maluco de Pesqueira até o Hospital da Tamarineira, no Recife. Na hora combinada, chegaram os três, Léo, Zé Gordo e o doido, na plataforma da Estação Ferroviária de Pesqueira. O doido, devidamente amarrado de cordas, não demonstrava nenhuma reação enquanto Zé Gordo e Léo estavam nervosos com esta missão, haja visto ser a primeira.Quando o trem chegou embarcaram todos, e foram tomar assento justamente no carro-restaurante do comboio. E haja cerveja, dando, em cada parada do roteiro até a capital, uma paradinha rápida, para completar com aguardente ! E os dois dormiram !
Quando o trem chegou á Estação central do Recife, acordaram meio azougados e verificaram que o doido tinha desaparecido !!! Foi um Deus-nos-acuda. Zé Gordo, o mais nervoso, só faltava chorar, com medo da punição que com certeza iria pegar. Mas Léo, de cabeça mais fria e pensante, dizia:
- Tem nada não, Zé. A gente encontra uma solução. Esfria a cabeça, Zé.
E realmente encontraram a solução. A primeira providência de Léo foi levar Zé Gordo, pelo braço, para o Mercado de São José. Chegando lá, Léo que conhecia toda a região, já tinha lá as suas amizades, chegou no balcão de uma daquelas biroscas e pediu um PF, que é como se chama o prato feito nesses estabelecimentos e uma meiota de cana. Zé Gordo ainda choramingava, mas aceito a empreitada enquanto Léo aprontava o plano para sair daquela enrascada. Léo olhou de lado e viu, sentado na calçada, uma dessas figuras que perambulam pelas ruas das grandes cidades. Olhou duas vezes para o camarada, aproximou-se dele e disse:
- Queres ganhar dez mil réis, pra gente ir ali num canto ?
O mendigo respondeu meio desconfiado:
- Prá onde, amigo ?
- Num se importe. Quer ganha o dinheiro? É só responder sim e o dinheiro está na sua mão, confirmou sério Léo.
O mendigo topo, botou o dinheiro no bolso da calça esfarrapada, esperaram o bonde chegar e partiram os três do centro do Recife até o Hospital da Tamarineira. Lá chegando, Léo apresentou-se aos enfermeiros, dizendo baixinho ao ouvido:
- O homem é matuto do interior. É doido, violento, joga pedra, come merda e rasca dinheiro, não é, mestre ?
O pobre homem, perplexo, só teve tempo de balançar a cabeça dizem sim e um batalhão de enfermeiros agarrou o infeliz, que gritava desesperado:
- Eu não sou doido, não!!! Me soltem!!!!
Só ali viu que tinha caído numa grande enrascada!
No outro dia, Léo e Zé Gordo chegaram na Estação de Trem de Belo Jardim, sorridentes e com a certeza do dever cumprido. Ninguém nunca mais ouviu falar do doido que fugiu nem do cidadão que tomou o lugar dele !
Leo e Zé Gordo serviram ao exército brasileiro, durante a Segunda Guerra Mundial.
Zé Gordo, músico, foi incorporado a tropa que seguiu para a Itália, teatro dos momentos finais do nazi-fascismo na Europa. Já Léo, soldado da Infantaria, ficou guarnecendo as prais, no sistema de vigilância do litoral brasileiro. Depois da baixa, vieram para Belo Jardim, com Zé Gordo ainda com mania de guerra, costumava tomar cachaça nos botecos da cidade e, nas suas euforias alcoológicas, via lobisomens, bichos diversos, etc.,etc.,etc.
Todos os dias, às 11 horas, a saudosa Mariola dava o seu sinal de almoço com um apito ouvido em quase toda a cidade. No primeiro apito dado pela Mariola, Léo e Zé Gordo se jogavam no chão lamacento, pensado que se tratava de bombardeio de avião; lembranças do campo de batalha, dos horrores da guerra. Passado algum tempo, os dois foram convidados para fazer parte da polícia militar, que aproveitou os dois ex-militantes por terem sido combatentes de valor.
Entre as missões que executaram juntos já como soldados da polícia militar, uma foi a de escoltar um maluco de Pesqueira até o Hospital da Tamarineira, no Recife. Na hora combinada, chegaram os três, Léo, Zé Gordo e o doido, na plataforma da Estação Ferroviária de Pesqueira. O doido, devidamente amarrado de cordas, não demonstrava nenhuma reação enquanto Zé Gordo e Léo estavam nervosos com esta missão, haja visto ser a primeira.Quando o trem chegou embarcaram todos, e foram tomar assento justamente no carro-restaurante do comboio. E haja cerveja, dando, em cada parada do roteiro até a capital, uma paradinha rápida, para completar com aguardente ! E os dois dormiram !
Quando o trem chegou á Estação central do Recife, acordaram meio azougados e verificaram que o doido tinha desaparecido !!! Foi um Deus-nos-acuda. Zé Gordo, o mais nervoso, só faltava chorar, com medo da punição que com certeza iria pegar. Mas Léo, de cabeça mais fria e pensante, dizia:
- Tem nada não, Zé. A gente encontra uma solução. Esfria a cabeça, Zé.
E realmente encontraram a solução. A primeira providência de Léo foi levar Zé Gordo, pelo braço, para o Mercado de São José. Chegando lá, Léo que conhecia toda a região, já tinha lá as suas amizades, chegou no balcão de uma daquelas biroscas e pediu um PF, que é como se chama o prato feito nesses estabelecimentos e uma meiota de cana. Zé Gordo ainda choramingava, mas aceito a empreitada enquanto Léo aprontava o plano para sair daquela enrascada. Léo olhou de lado e viu, sentado na calçada, uma dessas figuras que perambulam pelas ruas das grandes cidades. Olhou duas vezes para o camarada, aproximou-se dele e disse:
- Queres ganhar dez mil réis, pra gente ir ali num canto ?
O mendigo respondeu meio desconfiado:
- Prá onde, amigo ?
- Num se importe. Quer ganha o dinheiro? É só responder sim e o dinheiro está na sua mão, confirmou sério Léo.
O mendigo topo, botou o dinheiro no bolso da calça esfarrapada, esperaram o bonde chegar e partiram os três do centro do Recife até o Hospital da Tamarineira. Lá chegando, Léo apresentou-se aos enfermeiros, dizendo baixinho ao ouvido:
- O homem é matuto do interior. É doido, violento, joga pedra, come merda e rasca dinheiro, não é, mestre ?
O pobre homem, perplexo, só teve tempo de balançar a cabeça dizem sim e um batalhão de enfermeiros agarrou o infeliz, que gritava desesperado:
- Eu não sou doido, não!!! Me soltem!!!!
Só ali viu que tinha caído numa grande enrascada!
No outro dia, Léo e Zé Gordo chegaram na Estação de Trem de Belo Jardim, sorridentes e com a certeza do dever cumprido. Ninguém nunca mais ouviu falar do doido que fugiu nem do cidadão que tomou o lugar dele !
O GOLEIRO QUE FOI COMPRADO POR UMA CUIA DE FARINHA
Santa Cruz da Gameleira era time de futebol da “alta sociedade”, onde só jogava o fino da terra do Byturi, quando o velho, faceiro, poético e desenvolvimentista rio ainda existia, cheio de graça, banhando o Bambu, as Carlotinas, o Pontilhão do trem, a pinguela de Pedro Guimarães, a Ponte Nova, cheio de vida, sem barragens, sem poluição... ! Velhos tempos... belos dias !
Para competir com o Santa Cruz, foi criado o Mariola Futebol Clube, patrocinado por Zé de Souza, em homenagem e referência á Fabrica Mariola, de doces que romperam fronteiras e orgulho da cidade.
No time do Santa Cruz o plantel era um dos melhores da região, destacando-se pela habilidade com a bola, João Lima, Rinaldo, Zito, Rui Leite, Marconi Ferreira, Geraldo Fincão, entre outros e o recém-formado Mariola Futebol Clube tinha apenas operários da fábrica, que mau treinavam mas que tinham raça e endureciam com os outros times, destacando-se Manoel Mocó que era goleiro, fechava o arco e era considerado um verdadeiro paredão.
O Mariola precisava ganhar o campeonato local. Zé de Souza cobrava resultados. Era a partida decisiva !
Na noite anterior a decisão do campeonato entre Santa Cruz e Mariola, um carro suspeito pára a poucos metros da casa de Mané Mocó, goleiro do Mariola. Uma careca ainda mais suspeita desce do carro, chega até a porta de Mané e bate forte na janela anunciando que alguém quer falar com ele. Mané abre a porta e, no escuro, ouviu a seguinte proposta:
- Se abrir o jogo amanhã, deixar passar alguns gols, ganha uma cuia de farinha...
Até hoje ninguém sabe se Mané Mocó recebeu a propina inusitada mas o Santa Cruz ganhou a partida, de goleada !
Para competir com o Santa Cruz, foi criado o Mariola Futebol Clube, patrocinado por Zé de Souza, em homenagem e referência á Fabrica Mariola, de doces que romperam fronteiras e orgulho da cidade.
No time do Santa Cruz o plantel era um dos melhores da região, destacando-se pela habilidade com a bola, João Lima, Rinaldo, Zito, Rui Leite, Marconi Ferreira, Geraldo Fincão, entre outros e o recém-formado Mariola Futebol Clube tinha apenas operários da fábrica, que mau treinavam mas que tinham raça e endureciam com os outros times, destacando-se Manoel Mocó que era goleiro, fechava o arco e era considerado um verdadeiro paredão.
O Mariola precisava ganhar o campeonato local. Zé de Souza cobrava resultados. Era a partida decisiva !
Na noite anterior a decisão do campeonato entre Santa Cruz e Mariola, um carro suspeito pára a poucos metros da casa de Mané Mocó, goleiro do Mariola. Uma careca ainda mais suspeita desce do carro, chega até a porta de Mané e bate forte na janela anunciando que alguém quer falar com ele. Mané abre a porta e, no escuro, ouviu a seguinte proposta:
- Se abrir o jogo amanhã, deixar passar alguns gols, ganha uma cuia de farinha...
Até hoje ninguém sabe se Mané Mocó recebeu a propina inusitada mas o Santa Cruz ganhou a partida, de goleada !
SEM CONVITE, NÃO VOU... !
Seu nome era Elpidio Faustino da Silva, ou simplesmente Pídio, como era conhecido nos gloriosos tempos em que foi zagueiro do Santa Cruz Futebol Clube de Belo Jardim. Com o passar do tempo e sem a força da juventude, tornou-se uma figura pitoresca e folclórica por suas tiradas espirituosas. Certo dia, a turma de amigos, sabendo dos seus dotes de cozinheiro, pediu para que Pídio preparasse uma buchada para o Domingo que seria um dia sem jogos no campo da Gameleira. Bom amigo, comprou todos os ingredientes, temperos e uma panela suficientemente grande para caber tudo pois seriam muitos os convidados. Preparou tudo na véspera, acordou cedo no Domingo e colocou a buchada no fogo. Tudo pronto, a moçada de pratos, garfos e copos á mão, preparou-se para a marotana etílica-fofoqueira-cultural. Tudo corria nos conformes até que deram pela falta de Pídio. Onde estava Pídio ? Foi formada uma comissão para procurá-lo nos quatro cantos da cidade. Encontraram-o no meio da rua do Prado, em frente á casa onde a buchada e a cachaça corriam soltas e perguntaram:
- Ô Pídio, tu não vai comer a buchada, não ?
E ele, com as duas mãos na cintura e seu jeito debochado, com cara de indignado e cheio de direito, disse:
- Não ! Não fui convidado...
- Ô Pídio, tu não vai comer a buchada, não ?
E ele, com as duas mãos na cintura e seu jeito debochado, com cara de indignado e cheio de direito, disse:
- Não ! Não fui convidado...
O DIA EM QUE A BOLA MORREU...
Treino quente no estádio da Gameleira. Titulares e reservas pareciam estar numa decisão de campeonato.
Famoso por treinar e jogar sem chuteiras pois não tinha o hábito de cortar frequentemente as unhas dos pés que eram afiadíssimas, Pau Seco, numa disputa de bola deu um “tostão” em Geraldo Fincão que, caído em campo e vendo o sangue jorrar de sua perna, saiu correndo para a delegacia de Polícia e foi dar parte ao tenente Arnaldo, dizendo que tinha sido esfaqueado !
O tenente foi até o campo da Gameleira, fez a revista em Pau Seco e foi taxativo: - o homem está desarmado !
Tinha sido a unha de Pau Seco que tinha feito um corte de quase 20 centímetros na perna de Geraldo Fincão !
Em outro treino, Pau Seco deu uma travada de bola com Zuza Mano tão violenta, que oi pedaço de bola pra todo lado. Mataram a bola e o treino terminou melancolicamente !
Famoso por treinar e jogar sem chuteiras pois não tinha o hábito de cortar frequentemente as unhas dos pés que eram afiadíssimas, Pau Seco, numa disputa de bola deu um “tostão” em Geraldo Fincão que, caído em campo e vendo o sangue jorrar de sua perna, saiu correndo para a delegacia de Polícia e foi dar parte ao tenente Arnaldo, dizendo que tinha sido esfaqueado !
O tenente foi até o campo da Gameleira, fez a revista em Pau Seco e foi taxativo: - o homem está desarmado !
Tinha sido a unha de Pau Seco que tinha feito um corte de quase 20 centímetros na perna de Geraldo Fincão !
Em outro treino, Pau Seco deu uma travada de bola com Zuza Mano tão violenta, que oi pedaço de bola pra todo lado. Mataram a bola e o treino terminou melancolicamente !
O FISCO E O INCÊNDIO
O Sr. Varejão, que tinha um comércio de venda de bebidas em grosso localizado na Praça Jorge Aleixo, era totalmente desorganizado em relação ao fisco. Não tinha uma só anotação nos seus livros contábeis e nunca pagou um centavo de imposto.
Lula Ramos, proprietário da “ GRACIOSA “, loja que vendia de tudo um pouco, tinha feito uma grande encomenda de capelas de defunto para o dia de Finados que se aproximava. Chegada a mercadoria e sem ter espaço para armazená-la em sua casa comercial, Lula Ramos pediu a Varejão para guardá-la em seu depósito que era muito grande, no que foi prontamente atendido pois eram amigos de confidentes de longas datas.
Um dia depois, os fiscais da Fazenda Estadual (antiga Coletoria) fizeram uma visita de surpresa ao estabelecimento comercial de Varejão e exigiram todos os livros fiscais, entrada e saída de mercadorias, porque sabiam que a sonegação de impostos era grande.
E agora ? Varejão endoidou ! Procurou um escritório de contabilidade da cidade e foi aconselhado a dizer que os livros tinham sido queimados em um incêndio. Voltou a estabelecimento comercial, juntou tudo que era papel e livro, esperou a chegada da madrugada e ... tocou fogo em tudo ! Só não esperava que o fogo se alastrasse rapidamente e atingisse as capelas que Lula Ramos tinha guardado com tanto carinho para vender no dia de Finados. Mais de 500 capelas tinham sido devoradas pelo fogo !
Prejuízo total para Varejão que perdeu toda a sua bebida que pipocava como rojão ao ser atingida pelo fogo, para Lula Ramos que perdeu de ganhar um bom dinheiro e para todas as pessoas que não puderam homenagear seus mortos com uma capela naquele ano !
Lula Ramos, proprietário da “ GRACIOSA “, loja que vendia de tudo um pouco, tinha feito uma grande encomenda de capelas de defunto para o dia de Finados que se aproximava. Chegada a mercadoria e sem ter espaço para armazená-la em sua casa comercial, Lula Ramos pediu a Varejão para guardá-la em seu depósito que era muito grande, no que foi prontamente atendido pois eram amigos de confidentes de longas datas.
Um dia depois, os fiscais da Fazenda Estadual (antiga Coletoria) fizeram uma visita de surpresa ao estabelecimento comercial de Varejão e exigiram todos os livros fiscais, entrada e saída de mercadorias, porque sabiam que a sonegação de impostos era grande.
E agora ? Varejão endoidou ! Procurou um escritório de contabilidade da cidade e foi aconselhado a dizer que os livros tinham sido queimados em um incêndio. Voltou a estabelecimento comercial, juntou tudo que era papel e livro, esperou a chegada da madrugada e ... tocou fogo em tudo ! Só não esperava que o fogo se alastrasse rapidamente e atingisse as capelas que Lula Ramos tinha guardado com tanto carinho para vender no dia de Finados. Mais de 500 capelas tinham sido devoradas pelo fogo !
Prejuízo total para Varejão que perdeu toda a sua bebida que pipocava como rojão ao ser atingida pelo fogo, para Lula Ramos que perdeu de ganhar um bom dinheiro e para todas as pessoas que não puderam homenagear seus mortos com uma capela naquele ano !
LADRÃO, SIM !!!
A campanha política em Belo Jardim estava pegando fogo, como sempre. As acusações de falcatruas partiam de todos os lados.
Em um dos comícios, Arnaldo Maciel tinha sido taxado de ladrão... O clima esquentava e esperava-se uma resposta imediata de Arnaldo a tão grave acusação, o que veio a acontecer durante um comício na antiga Rua do Prado, hoje Praça dos Motoristas, através de Oscar Pereira, advogado de bela e empolgante orotória. Respondendo a Luiz de França, então Deputado pelo antigo PSD e opositor de Arnaldo Maciel, saiu-se com essa:
- “ Arnaldo é realmente um ladrão porque roubou os corações dos pobres e humildes que voltarão a governar ! “
Aplausos, gritos, fogos de artifícios, euforia total ! Oscar Pereira saiu do comício nos braços do povo e Arnaldo Maciel ganhava mais um vez as eleições na cidade.
Em um dos comícios, Arnaldo Maciel tinha sido taxado de ladrão... O clima esquentava e esperava-se uma resposta imediata de Arnaldo a tão grave acusação, o que veio a acontecer durante um comício na antiga Rua do Prado, hoje Praça dos Motoristas, através de Oscar Pereira, advogado de bela e empolgante orotória. Respondendo a Luiz de França, então Deputado pelo antigo PSD e opositor de Arnaldo Maciel, saiu-se com essa:
- “ Arnaldo é realmente um ladrão porque roubou os corações dos pobres e humildes que voltarão a governar ! “
Aplausos, gritos, fogos de artifícios, euforia total ! Oscar Pereira saiu do comício nos braços do povo e Arnaldo Maciel ganhava mais um vez as eleições na cidade.
DEZ VAQUINHAS
1º de maio de 2004. A Prefeitura de Belo Jardim preparou uma grande festa para comemorar o Dia do Trabalhador. Palanque montado na Rua Siqueira Campos, um bingo com cartelas grátis e, no final, um show com a Banda Labaredas.
No palanque, Josa Leite enumerava as realizações da Prefeitura nos últimos três anos. A rua estava lotada enquanto todos aguardavam a realização do bingo. Anuncia-se a presença do Prefeito João Mendonça. Com ele estão os vereadores e os futuros candidatos. O próprio prefeito é quem inicia o bingo e entre uma e outra pedra chamada, com seu jeito descontraído, brinca com quem está em cima do palanque. E, numa dessas suas brincadeiras, disse:
- Aqui, do meu lado esquerdo, está Pedro Taboquinha. Vereador e proprietário de uma fazenda que tem 10 vacas: 5 do BANDEPE e 5 do BANCO DO BRASIL !
No palanque, Josa Leite enumerava as realizações da Prefeitura nos últimos três anos. A rua estava lotada enquanto todos aguardavam a realização do bingo. Anuncia-se a presença do Prefeito João Mendonça. Com ele estão os vereadores e os futuros candidatos. O próprio prefeito é quem inicia o bingo e entre uma e outra pedra chamada, com seu jeito descontraído, brinca com quem está em cima do palanque. E, numa dessas suas brincadeiras, disse:
- Aqui, do meu lado esquerdo, está Pedro Taboquinha. Vereador e proprietário de uma fazenda que tem 10 vacas: 5 do BANDEPE e 5 do BANCO DO BRASIL !
EM PLENA PROCISSÃO
Maria há muito tinha problemas mentais. Era querida por todos de Belo Jardim. Perambulava pelas ruas e ficava indignada quando a chamavam por seu apelídio de Maria Colorau Aí, ela perdia as estribeiras e dizia alto e em bom som: Maria Colorau é o c... da mãe !
A garotada se divertia a valer com isso e fazia questão de chamá-la pelo apelídio justamente aonde tinha muita gente.
Certo dia Maria acompanhava a solene procissão de Nossa Senhora da Conceição, dia 8 de dezembro, e gostava de ficar sempre entre as Filhas de Maria que entoavam vários cânticos e que, na ocasião, entoavam um canto de louvor a Nossa Senhora, muito conhecido, que começava assim:
“ O meu coração, é só de Jesus
A minha alegria...
E um pirralho, que acompanhava Maria na procissão, disse:
- Maria.....
E ela, continuando o canto:
- É o c... da mãe !
A garotada se divertia a valer com isso e fazia questão de chamá-la pelo apelídio justamente aonde tinha muita gente.
Certo dia Maria acompanhava a solene procissão de Nossa Senhora da Conceição, dia 8 de dezembro, e gostava de ficar sempre entre as Filhas de Maria que entoavam vários cânticos e que, na ocasião, entoavam um canto de louvor a Nossa Senhora, muito conhecido, que começava assim:
“ O meu coração, é só de Jesus
A minha alegria...
E um pirralho, que acompanhava Maria na procissão, disse:
- Maria.....
E ela, continuando o canto:
- É o c... da mãe !
BAND AID
A farmácia estava localizada no centro comercial de Belo Jardim, área nobre, com casas de tecidos, miudezas, materiais elétricos, magazines e, abençoando o progresso, a majestosa igreja consagrada a Nossa Senhora da Conceição, ornamentada pela pracinha, ponto de encontro e paquera da juventude na década de 60.
O farmacêutico, mistura de médico e comerciante, nas tardes longas das cidades do interior, costuma jogar gamão com os amigos e ficava profundamente irritado quando alguém, pra comprar um medicamento, interrompia seu jogo.
Manoel de Rosário, natural de Serra dos Ventos, distrito de Belo Jardim, filho de pais humildes, semi-analfabeto, negro, sem chances de subir na vida na terrinha do bitury tinha, como tantos outros nordestinos, tentado melhores dias em São Paulo. Lá passou três longos anos. Trabalhou duro, economizou dinheiro, comprou roupas novas, um cinturão de couro largo com uma fivela grande e brilhante, uma sapato tipo “cavalo de pau”, sucesso na época. Mas a saudade bateu forte e ele desejoso de mostrar que tinha melhorado de vida, resolveu voltar a Belo Jardim para visitar a família e os amigos.
Sábado, 16 horas. O farmacêutico jogando gamão na calçada da farmácia e lá vinha Manoel de Rosário: 1m90cm de altura, pele negra sob o sol do agreste, blusão e calça LEE, cinturão largo, fivela reluzente, sapato cavalo de pau. Parou em frente e, interrompendo o jogo de gamão, disse:
- Boa tarde. O senhor tem aí band-aid ?
O farmacêutico o olho de cima a baixo e, raivoso por ter sido interrompido o seu lazer matinal, resmungando entre os dentes, respondeu:
- Tenho...
- O senhor me dá dez ?
- Tá aqui os dez band-aid
- O senhor não tem daquele band-aid cor da pele?
Venha cá, rapaz; veja ali aquela casa de Joãozinho, apontando para uma casa comercial que vendia material elétrico. É ali que vende fita isolante.
O farmacêutico, mistura de médico e comerciante, nas tardes longas das cidades do interior, costuma jogar gamão com os amigos e ficava profundamente irritado quando alguém, pra comprar um medicamento, interrompia seu jogo.
Manoel de Rosário, natural de Serra dos Ventos, distrito de Belo Jardim, filho de pais humildes, semi-analfabeto, negro, sem chances de subir na vida na terrinha do bitury tinha, como tantos outros nordestinos, tentado melhores dias em São Paulo. Lá passou três longos anos. Trabalhou duro, economizou dinheiro, comprou roupas novas, um cinturão de couro largo com uma fivela grande e brilhante, uma sapato tipo “cavalo de pau”, sucesso na época. Mas a saudade bateu forte e ele desejoso de mostrar que tinha melhorado de vida, resolveu voltar a Belo Jardim para visitar a família e os amigos.
Sábado, 16 horas. O farmacêutico jogando gamão na calçada da farmácia e lá vinha Manoel de Rosário: 1m90cm de altura, pele negra sob o sol do agreste, blusão e calça LEE, cinturão largo, fivela reluzente, sapato cavalo de pau. Parou em frente e, interrompendo o jogo de gamão, disse:
- Boa tarde. O senhor tem aí band-aid ?
O farmacêutico o olho de cima a baixo e, raivoso por ter sido interrompido o seu lazer matinal, resmungando entre os dentes, respondeu:
- Tenho...
- O senhor me dá dez ?
- Tá aqui os dez band-aid
- O senhor não tem daquele band-aid cor da pele?
Venha cá, rapaz; veja ali aquela casa de Joãozinho, apontando para uma casa comercial que vendia material elétrico. É ali que vende fita isolante.
SANTO REMÉDIO
Abaeté era um famoso farmacêutico em Belo Jardim. Bem instruído, chegava até mesmo a fazer consultas desde que médico por estas bandas era muito difícil. Sua farmácia ficava localizada na Praça da Matriz e também era proprietário de uma granja.
Certa feita alguém chegou até ele e confidenciou:
- Abaeté: teu empregado da granja está comendo todos os ovos. Você vai ter prejuízo na certa.
Abaeté agradeceu a informação e ficou aguardando uma oportunidade para falar com o empregado. Por ironia do destino, o empregado da granja adoeceu e foi procurar Abaeté para uma consulta. Chegando na Farmácia o moço foi logo dizendo:
- Seu Abaeté, eu tô um pouco adoentado. Faz três dias que não consigo dormir nem comer com uma dor de barriga danada. Eu queria que o senhor passasse um remédio pra mim.
Aproveitando a oportunidade, Abaeté foi até a prateleira, pegou um medicamento e disse:
- Tome este remédio três vezes ao dia. A sua doença é um pouco grave.... e você não pode nunca mais comer ovo se não, é morte certa !
Certa feita alguém chegou até ele e confidenciou:
- Abaeté: teu empregado da granja está comendo todos os ovos. Você vai ter prejuízo na certa.
Abaeté agradeceu a informação e ficou aguardando uma oportunidade para falar com o empregado. Por ironia do destino, o empregado da granja adoeceu e foi procurar Abaeté para uma consulta. Chegando na Farmácia o moço foi logo dizendo:
- Seu Abaeté, eu tô um pouco adoentado. Faz três dias que não consigo dormir nem comer com uma dor de barriga danada. Eu queria que o senhor passasse um remédio pra mim.
Aproveitando a oportunidade, Abaeté foi até a prateleira, pegou um medicamento e disse:
- Tome este remédio três vezes ao dia. A sua doença é um pouco grave.... e você não pode nunca mais comer ovo se não, é morte certa !
ENSINANDO MATEMÁTICA
Na década de 50 Belo Jardim não possuía escolas públicas. O ensino das letras e da matemática era feito na residência de pessoas que tinham “jeito “ para o ensino. Eram as professoras particulares.
Uma delas, a Senhora Marinete tinha uma escola em sua casa. Certa vez aconteceu a seguinte cena:
- Marinete: Manoel, quanto são 8 vezes 8?
Manoel, que era dos alunos mais aplicados, respondeu de imediato:
- 8 vezes 8 são 64.
E dona Marinete, com aquele jeito carancudo dos professores antigos e com a palmatória na mão, disse:
- Olhe, Manoel: eu vou ver na taboada se sua resposta está certa. Se não tiver, você vai levar bolo em cada mão e ficar sem recreio......
Uma delas, a Senhora Marinete tinha uma escola em sua casa. Certa vez aconteceu a seguinte cena:
- Marinete: Manoel, quanto são 8 vezes 8?
Manoel, que era dos alunos mais aplicados, respondeu de imediato:
- 8 vezes 8 são 64.
E dona Marinete, com aquele jeito carancudo dos professores antigos e com a palmatória na mão, disse:
- Olhe, Manoel: eu vou ver na taboada se sua resposta está certa. Se não tiver, você vai levar bolo em cada mão e ficar sem recreio......
BEBENDO O CAVALO
Josa Leite, junto a João Torres e tantos outros, se não são pioneiros são, no mínimo, baluartes da radiodifusão no agreste de Pernambuco e tinham em Adhemar Cazé, 1º radialista da terra do Bitury, o seu maior ídolo e exemplo a ser seguido.
João de Pedro Cazé, primo de Adhemar, adquiriu um magestoso cavalo branco, a quem deu o nome de RAIO, tanto era a brabeza, velocidade e fúria do mesmo. Abilidoso e persistente no trato com animais, João de Pedro Cazé conseguiu domesticar o animal que empolgava a todos pela habilidade, destreza e pelo fato inusitado de conseguir dar o resultado de algumas somas simples batendo com a pata no chão. Era uma fato extraordinário. Um cavalo que consegui somar ! Com isso o animal tornou-se a atração de uma bodega que João tinha colocado para aumentar sua renda.
Nessa época, tinha-se o costume de, quando morria alguém conhecido, ficava-se na residência do falecido até o corpo sair para o cemitério. No intervalo entre o falecimento e o enterro, costumava-se , para “ matar o tempo” , tomar café ou aguardente. O enterro era uma farra ! Era corrente, á época, dizer-se “ – vamos beber o defunto “.
Josa Leite, depois de um comício na zona rural, acompanhado de correligionários do partido ao qual pertencia, cansado, já na alta madrugada, resolveu dar uma paradinha na bodega de João de Pedro Cazé antes de dormir. Para sua surpreza, encontrou Joãozinho Cazé chorando, com um copo e uma garrafa de aguardente na mão. Espantado, Josa Leite perguntou:
- Joãozinho, o que aconteceu? Morreu alguém da família ? Aconteceu alguma desgraça?
E Joãozinho, com os olhos vermelhos de tanto chorar, disse:
- Meu amigo Josa, Raio morreu mordido por uma cobra...
E Josa Leite, mesmo cansado, com aquela calma e bom humor que Deus lhe , disse:
- Então, Joãozinho, vamos beber o cavalo....
João de Pedro Cazé, primo de Adhemar, adquiriu um magestoso cavalo branco, a quem deu o nome de RAIO, tanto era a brabeza, velocidade e fúria do mesmo. Abilidoso e persistente no trato com animais, João de Pedro Cazé conseguiu domesticar o animal que empolgava a todos pela habilidade, destreza e pelo fato inusitado de conseguir dar o resultado de algumas somas simples batendo com a pata no chão. Era uma fato extraordinário. Um cavalo que consegui somar ! Com isso o animal tornou-se a atração de uma bodega que João tinha colocado para aumentar sua renda.
Nessa época, tinha-se o costume de, quando morria alguém conhecido, ficava-se na residência do falecido até o corpo sair para o cemitério. No intervalo entre o falecimento e o enterro, costumava-se , para “ matar o tempo” , tomar café ou aguardente. O enterro era uma farra ! Era corrente, á época, dizer-se “ – vamos beber o defunto “.
Josa Leite, depois de um comício na zona rural, acompanhado de correligionários do partido ao qual pertencia, cansado, já na alta madrugada, resolveu dar uma paradinha na bodega de João de Pedro Cazé antes de dormir. Para sua surpreza, encontrou Joãozinho Cazé chorando, com um copo e uma garrafa de aguardente na mão. Espantado, Josa Leite perguntou:
- Joãozinho, o que aconteceu? Morreu alguém da família ? Aconteceu alguma desgraça?
E Joãozinho, com os olhos vermelhos de tanto chorar, disse:
- Meu amigo Josa, Raio morreu mordido por uma cobra...
E Josa Leite, mesmo cansado, com aquela calma e bom humor que Deus lhe , disse:
- Então, Joãozinho, vamos beber o cavalo....
BÊBADO, RICO E VALENTE....
Antes dos supermercados as engolirem, as vendas e bodegas eram o centro de compras , de longos bate-papos, de farras, debates acirrados sobre futebol, política, religião, fofocagens e tudo que uma sociedade produz.
Em cada bairro, em cada rua, em cada esquina existia uma bodega que não tinha tinha nome de fantasia e era conhecida pelo nome do seu proprietário ( A bodega de Zé Lacraia, de João de Dedé, etc.).
Numa dessas famosas bodegas, pertencente a Euclides, que não era muito fino no trato com os fregueses, apareceu, logo cedindo, Antonio do Breu ( o Breu é uma das várias localidades de Belo Jardim) que, com uma voz que fazia inveja a Cid Moreira, foi logo dizendo:
- Bota uma lapada de cana aí, se não....
Euclides, já arretado por ver um bêbado aquela hora em seu estabelecimento, sem papas na língua e olho no olho de Antonio do Breu, inchando de raiva, retrucou:
- Se não, o quê... seu cabra ?
E Antonio, que não esperava esta reação, baixando a voz, respondeu:
- Se não, eu não bebo !
Em cada bairro, em cada rua, em cada esquina existia uma bodega que não tinha tinha nome de fantasia e era conhecida pelo nome do seu proprietário ( A bodega de Zé Lacraia, de João de Dedé, etc.).
Numa dessas famosas bodegas, pertencente a Euclides, que não era muito fino no trato com os fregueses, apareceu, logo cedindo, Antonio do Breu ( o Breu é uma das várias localidades de Belo Jardim) que, com uma voz que fazia inveja a Cid Moreira, foi logo dizendo:
- Bota uma lapada de cana aí, se não....
Euclides, já arretado por ver um bêbado aquela hora em seu estabelecimento, sem papas na língua e olho no olho de Antonio do Breu, inchando de raiva, retrucou:
- Se não, o quê... seu cabra ?
E Antonio, que não esperava esta reação, baixando a voz, respondeu:
- Se não, eu não bebo !
EU NÃO VOU..... VÃO ME LEVANDO
O cinema chegou a Belo Jardim. Era o ponto de encontro da sociedade belojardinense, que se emocionava com “...E o vento levou”, vibrava com as aventuras do Zorro, ria com “ O Gordo e o Magro” e tantos outros filmes notáveis.
Os filmes eram divulgados através de cartazes magestosos e de um serviço de som, cujos auto-falentes conhecidos por “cornetas” atingiam quase toda a comunidade tamanha era sua potência.
Década de 50. O Cine Teatro São Jorge, de propriedade de Zé Ramos, além de divertir, também, através do serviço de som, fazia propaganda das casas comerciais, dos eventos da cidade e tinha também seu lado filantrópico: divulgava e convidava pessoas para acompanhar enterros de pessoas que tinham passado dessa para uma melhor. E fazia isso de uma forma inusitada: o locutor com voz firme e tristonha, anunciava:
“ Nota de falecimento: Maria José e família, Carlos esposa e filhos, comunicam o falecimento ontem às 20 horas do Senhor Manoel Francisco que residia na rua 10. A família enlutada convida para o seu sepultamento que acontecerá hoje, as 15 horas, saindo o féretro de sua residência com destino ao Cemitério de São Sebastião. A família enlutada agradece a este ato de fé e piedade cristã.”
E, no final da mensagem, colocava aquela marchinha carnavalesca: “ eu não vou, vão me levando...”
Os filmes eram divulgados através de cartazes magestosos e de um serviço de som, cujos auto-falentes conhecidos por “cornetas” atingiam quase toda a comunidade tamanha era sua potência.
Década de 50. O Cine Teatro São Jorge, de propriedade de Zé Ramos, além de divertir, também, através do serviço de som, fazia propaganda das casas comerciais, dos eventos da cidade e tinha também seu lado filantrópico: divulgava e convidava pessoas para acompanhar enterros de pessoas que tinham passado dessa para uma melhor. E fazia isso de uma forma inusitada: o locutor com voz firme e tristonha, anunciava:
“ Nota de falecimento: Maria José e família, Carlos esposa e filhos, comunicam o falecimento ontem às 20 horas do Senhor Manoel Francisco que residia na rua 10. A família enlutada convida para o seu sepultamento que acontecerá hoje, as 15 horas, saindo o féretro de sua residência com destino ao Cemitério de São Sebastião. A família enlutada agradece a este ato de fé e piedade cristã.”
E, no final da mensagem, colocava aquela marchinha carnavalesca: “ eu não vou, vão me levando...”
SALGAR A VÉIA
Era uma sexta feira igual a tantas outras. Prefeitura cheia de pessoas vítimas de um país onde a desigualdade social se acentua a cada dia.
O Prefeito Valdecir Torres atendia cada pessoa que chegava com pedidos os mais variados: desde uma passagem para a romaria do Padre Cícero no Juazeiro, ama cesta básica, pagamento de conta de luz e água atrasadas, medicamentos, telhas, tijolos, etc., etc., etc.
Após a exaustão de um dia e trabalho numa Prefeitura do interior, o Prefeito Valdecir Torres dirigia-se a sua residência, cansado, estressado, em pleno sol do meio dia (ele sempre fazia o percurso prefeitura-casa á pé), quando, de repente, um munícipe interrompeu sua caminhada:
- Seu Prefeito, minha mãe morrei ontem de noite e eu queria um caixão para enterra minha velhinha.
Valdecir, com sua gentileza, comovido, disse:
- Meu amigo, eu sinto muito pela morte de sua mãe mas, infelizmente, o expediente da Prefeitura já foi encerrado e toda a verba que eu tinha para caixão já acabou. Espere para segunda feira quando a Prefeitura abrir que eu dou o caixão para enterrar sua mãezinha.
Desesperado e decepcionado, humilde, o rapaz agradeceu a atenção com lágrimas nos olhos e partiu.
Valdecir continuou sua caminhada até sua residência quando, poucos minutos depois, o rapaz que tinha pedido o caixão para enterrar a mãe interrompeu novamente sua caminhada e disse:
- Seu Valdecir. O Senhor podia me emprestar 5 cruzeiros?
Surpreso, Valdecir respondeu:
- Meu amigo, você me pediu um caixão para enterrar sua mãe. Agora vem me pedir 5 cruzeiros? Você ta me enrolando? Pra que você quer este dinheiro?
E o rapaz, com os olhos brilhando, numa mistura de calma e revolta, respondeu:
- É que eu vou comprar sal para salgar minha mãe até segunda feira, quando o Senhor vai dar o caixão !
O Prefeito Valdecir Torres atendia cada pessoa que chegava com pedidos os mais variados: desde uma passagem para a romaria do Padre Cícero no Juazeiro, ama cesta básica, pagamento de conta de luz e água atrasadas, medicamentos, telhas, tijolos, etc., etc., etc.
Após a exaustão de um dia e trabalho numa Prefeitura do interior, o Prefeito Valdecir Torres dirigia-se a sua residência, cansado, estressado, em pleno sol do meio dia (ele sempre fazia o percurso prefeitura-casa á pé), quando, de repente, um munícipe interrompeu sua caminhada:
- Seu Prefeito, minha mãe morrei ontem de noite e eu queria um caixão para enterra minha velhinha.
Valdecir, com sua gentileza, comovido, disse:
- Meu amigo, eu sinto muito pela morte de sua mãe mas, infelizmente, o expediente da Prefeitura já foi encerrado e toda a verba que eu tinha para caixão já acabou. Espere para segunda feira quando a Prefeitura abrir que eu dou o caixão para enterrar sua mãezinha.
Desesperado e decepcionado, humilde, o rapaz agradeceu a atenção com lágrimas nos olhos e partiu.
Valdecir continuou sua caminhada até sua residência quando, poucos minutos depois, o rapaz que tinha pedido o caixão para enterrar a mãe interrompeu novamente sua caminhada e disse:
- Seu Valdecir. O Senhor podia me emprestar 5 cruzeiros?
Surpreso, Valdecir respondeu:
- Meu amigo, você me pediu um caixão para enterrar sua mãe. Agora vem me pedir 5 cruzeiros? Você ta me enrolando? Pra que você quer este dinheiro?
E o rapaz, com os olhos brilhando, numa mistura de calma e revolta, respondeu:
- É que eu vou comprar sal para salgar minha mãe até segunda feira, quando o Senhor vai dar o caixão !
COMO CONHECER A MASCULINIDADE
Ele costumava tomar umas e outras aos sábados. Depois de umas e outras, virava filósofo, psicólogo, médico, etc.
E numa dessas bebedeiras, gaba-se de explicar como conhecer um gay:
- Homem que assiste novela, toma banho morno, só anda de sandália japonesa, não bota o pé no chão ao acordar e dá tchau com a mão esquerda, pode apostar que é gay !
E numa dessas bebedeiras, gaba-se de explicar como conhecer um gay:
- Homem que assiste novela, toma banho morno, só anda de sandália japonesa, não bota o pé no chão ao acordar e dá tchau com a mão esquerda, pode apostar que é gay !
NOVINHO EM FOLHA
O Prefeito João Mendonça tinha conseguido cumprir uma de suas promessas de campanha: ampliar o Hospital de Belo Jardim para dar mais dignidade ao atendimento médico. Contou com a ajuda do Vice Governador Mendonça Filho e do Deputado Federal Jose Mendonça que, há pouco tempo, tinha feito um regime alimentar para perder peso e passado por uma ponte de safena que obstruía uma artéria.
Em pouco tempo a ampliação foi concretizada e marcou-se uma grande festa de inauguração das novas instalações do Hospital. Banda de música, autoridades de todas as esferas, fogos de artifícios... uma multidão tomava conta da famosa praça do Cassiano que fica em frente ao Hospital.
Chegava o momento maior da festança, o corte da fita que dava acesso ás novas instalações. O carro de som exaltava o novo ato da administração municipal quando o chefe de cerimônia Josa Leite fez a chamada das autoridades presentes:
- Contamos aqui com as presenças do Vice Governador Mendonça Filho, do Secretário de Saúde de Pernambuco Guilherme Robalinho, do Prefeito João Mendonça, dos Prefeitos de Tacaimbó, Sanharó, vereadores da região e do Deputado José Mendonça, novo e desentupido...
Em pouco tempo a ampliação foi concretizada e marcou-se uma grande festa de inauguração das novas instalações do Hospital. Banda de música, autoridades de todas as esferas, fogos de artifícios... uma multidão tomava conta da famosa praça do Cassiano que fica em frente ao Hospital.
Chegava o momento maior da festança, o corte da fita que dava acesso ás novas instalações. O carro de som exaltava o novo ato da administração municipal quando o chefe de cerimônia Josa Leite fez a chamada das autoridades presentes:
- Contamos aqui com as presenças do Vice Governador Mendonça Filho, do Secretário de Saúde de Pernambuco Guilherme Robalinho, do Prefeito João Mendonça, dos Prefeitos de Tacaimbó, Sanharó, vereadores da região e do Deputado José Mendonça, novo e desentupido...
ABAFOU, MORREU ...
Segundo o dicionário Aurélio, a palavra ABAFAR significa cobrir para conservar o calor ou dificultar a evaporação; sufocar; asfixiar; matar por asfixia. E foi isso que aconteceu com o senhor F (vamos omitir o nome para não causar constrangimento pois o mesmo ainda é vivinho da silva), dono de várias granjas que abasteciam os matadouros da região com frangos para abate, chefe de família respeitado que resolveu dar um pulinho fora do casamento. Por sua condição social e pelo compromisso familiar, teria que fazer isso ás escondidas.
Numa de suas andanças encontrou uma jovem que topo fazer o programa. Depois de muito papo e algumas cervejas, foram para o Motel Dallas que fica ás margens da BR 232 em Belo Jardim.
Lá chegando, após longos beijos e carícias, na hora H, a jovem disse:
- Sem camisinha eu não faço...
E ele, desesperado, retrucou:
- Eu não gosto de camisinha.
- Pois eu já disse: semcamisinha eu não faço!
F caiu num desespero total. E agora, o que fazer? Ele nunca tinha usado camisinha e tinha receio que se um dia usasse algo poderia dar errado. Resolveu, como não tinha outro jeito, colocar a bendita camisinha. E ai aconteceu o que ele mais temia. Á medida que colocava a camisinha o pênis ia murchando, caindo, até baixar completamente! Ele olhava incrédulo.
A jovem vendo aquela cena e o desespero do seu acompanhante, toda fogosa e decepcionada, perguntou:
- Ôxente, por que ele não sobe mais ?
E ele, para justificar o fracasso, disse:
- É porque a camisinha abafou ele. E, abafado, ele não funciona !
Numa de suas andanças encontrou uma jovem que topo fazer o programa. Depois de muito papo e algumas cervejas, foram para o Motel Dallas que fica ás margens da BR 232 em Belo Jardim.
Lá chegando, após longos beijos e carícias, na hora H, a jovem disse:
- Sem camisinha eu não faço...
E ele, desesperado, retrucou:
- Eu não gosto de camisinha.
- Pois eu já disse: semcamisinha eu não faço!
F caiu num desespero total. E agora, o que fazer? Ele nunca tinha usado camisinha e tinha receio que se um dia usasse algo poderia dar errado. Resolveu, como não tinha outro jeito, colocar a bendita camisinha. E ai aconteceu o que ele mais temia. Á medida que colocava a camisinha o pênis ia murchando, caindo, até baixar completamente! Ele olhava incrédulo.
A jovem vendo aquela cena e o desespero do seu acompanhante, toda fogosa e decepcionada, perguntou:
- Ôxente, por que ele não sobe mais ?
E ele, para justificar o fracasso, disse:
- É porque a camisinha abafou ele. E, abafado, ele não funciona !
A CULPA É SUA ...
Zé Antonio é filho de tradicional família belojardinense. Seus pais, Lula Ramos e Dona Socorro, após anos de comércio e luta, conseguiram transformar uma acanhada loja em um majestoso magazine, onde se vendia de tudo: desde a famosa Brilhantina Glostora a caixão de defunto. Localizado no centro da cidade, na Praça da Conceição, o magazine é imponente !
Após a morte do pai e a idade avançada da mãe, Zé Antonio, como filho mais velho, foi obrigado, com muito prazer, a assumir a direção da loja.
Com a vida sedentária, começou a engordar e as cervejadas da vida fez com que seu abdomem ( leia-se barriga ) avolumasse e , ao que nos parecesse, não incomodava nem um pouco.
Rubens visitava a sua loja todos os dias e costuma dizer:
- Zé, a tua barriga ta muito grande !
Toda tarde era a mesma coisa: Rubens chegava e, entre um papo e outro, gazova do tamanho da barriga de Zé Antonio que cada dia ficava mais indignado com o preconceito contra os gordinhos e preparava uma resposta.
Tarde de 5ª feira. Comércio parado. Zé Antonio levantou-se, ficou do lado de fora da loja a espera de um bom papo para espantar o marasmo. Edson, vizinho da loja e proprietário de uma sapataria chegou para uma boa conversa. Lá vem Geraldo dos Passos, Joacir, Geraldo Pacote, Gelo e Rubens que vai logo dizendo:
- Zé, a tua barriga ta muito grande...
Numa mistura de vingança e prazer, Zé Antonio responde:
- A culpa é sua, chefe...
Rubens, surpreso com a resposta, pergunta:
- Minha culpa ? Por que ?
E Zé Antonio, em cima da bucha, com o dedo indicador apontado para baixo, responde:
- É que eu mandei você chupar e você soprou!!!
Riso geral. Rubens disfarçou, desconversou e saiu de mansinho. Nunca mais falou da barriga de Zé !
Após a morte do pai e a idade avançada da mãe, Zé Antonio, como filho mais velho, foi obrigado, com muito prazer, a assumir a direção da loja.
Com a vida sedentária, começou a engordar e as cervejadas da vida fez com que seu abdomem ( leia-se barriga ) avolumasse e , ao que nos parecesse, não incomodava nem um pouco.
Rubens visitava a sua loja todos os dias e costuma dizer:
- Zé, a tua barriga ta muito grande !
Toda tarde era a mesma coisa: Rubens chegava e, entre um papo e outro, gazova do tamanho da barriga de Zé Antonio que cada dia ficava mais indignado com o preconceito contra os gordinhos e preparava uma resposta.
Tarde de 5ª feira. Comércio parado. Zé Antonio levantou-se, ficou do lado de fora da loja a espera de um bom papo para espantar o marasmo. Edson, vizinho da loja e proprietário de uma sapataria chegou para uma boa conversa. Lá vem Geraldo dos Passos, Joacir, Geraldo Pacote, Gelo e Rubens que vai logo dizendo:
- Zé, a tua barriga ta muito grande...
Numa mistura de vingança e prazer, Zé Antonio responde:
- A culpa é sua, chefe...
Rubens, surpreso com a resposta, pergunta:
- Minha culpa ? Por que ?
E Zé Antonio, em cima da bucha, com o dedo indicador apontado para baixo, responde:
- É que eu mandei você chupar e você soprou!!!
Riso geral. Rubens disfarçou, desconversou e saiu de mansinho. Nunca mais falou da barriga de Zé !
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