quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

CONVITE INUSITADO

Todos os dias era a mesma ladainha: Zé da Burra parava em um bar vizinho ao cemitério São Sebastião, amarrava a burra, pedia uma cachaça, ia até o portão do cemitério e, com o copo na mão gritava:
- E ai defuntada, vamos tomar uma?
O dono do bar, prevendo que aquela brincadeira não daria certo, sempre alertava:
- Zé, acaba com essa história. Deixa os defuntos em paz...

Os conselhos eram inúteis. No outro dia, Zé amarrava a burra no mesmo lugar, pedia uma cachaça, ficava em frete ao portão do cemitério e critava eufórico:
- E ai defuntada, vamos tomar uma ?!

Adolescentes que tinham parentes sepultados no cemitério resolveram acabar com aquela brincadeira de mau gosto. Compraram sacos brancos de farinha de trigo, daqueles usados em padarias, conseguiram cacetes feitos de galhos de árvores, pularam o muro do cemitério e ficaram esperando a chegada de Zé da Burra.

E Zé chegou. Pediu uma cachaça, chegou junto ao portão do cemitério, levantou o copo solenemente e repetiu:
-E ai defuntada, vamos tomar uma ?

Mau pronunciou a última palavra, os adolescentes vestidos com o saco branco, tendo em cada mão um cacete, abriram o portão, puxaram Zé pelo braço e iniciaram uma sessão de pancadaria pensando em dar uma lição inesquecível. Passaram-se mais de 10 minutos de espancamento. Zé caído, hematomas por todo o corpo e os agressores resolveram ir embora, pulando entre os túmulos, rindo e gritanto: - Te lascasse Zé....

Após três dias, Zé da Burra apareceu no bar. Olho inchado, braço na tipoia, hematomas por todo o corpo, lábios inchados... (FALTA CONCLUIR)

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